Medicina e Jornalismo: Acadêmico Paulo Adelmo Lodi
Alocução proferida pelo Presidente da Academia Mineira de Medicina Paulo Adelmo Lodi, na Sessão Cultural sobre “Imprensa Mineira. História e Posição Face ao Atual Momento Sócio-Político-Econômico do Brasil”, ocorrida em 23 de abril de 1996.
Este silogeu além da ciência médica se interessa, também pelas outras ciências biológicas, física, química, filosofia, História do Brasil e História Geral, pelas artes em suas diversas expressões como a literatura, música, pintura, escultura e arquitetura. Assim procura ser abrangente em relação ao conhecimento humano; este está tanto nos livros de Proust, Flaubert e Rabelais, como nos tratados de patologia e de clínica.
Hoje será apresentado em Mesa Redonda o tema “História da Imprensa Mineira e Posição Face ao Atual Momento Sócio-Político-Econômico do Brasil”. Já sentenciava Goethe – “Não conhece a sua arte, aquele que desconhece a sua história”.
Os jornalistas, em sua maioria foram e são bacharéis em direito, escritores, poetas, políticos, sociólogos e jornalistas propriamente ditos. Entretanto, tivemos no Brasil alguns médicos que mourejaram na imprensa. Libero Badaró, médico italiano, tornou-se conhecido como um destemido lutador pela liberdade no 1º Império, com o jornal “Observador Constitucional”; Manuel Antônio de Almeida, médico, foi jornalista e romancista, tendo colaborado no “Correio Mercantil”, e foi também Diretor da Imprensa Nacional; Antônio Felício dos Santos, médico mineiro e jornalista, dirigiu periódicos católicos (1843-1931).
Entre os acadêmicos do nosso cenáculo o saudoso Affonso de Almeida Magalhães foi Diretor do “Estado de Minas”; os inesquecíveis Sylvio Miráglia, Clóvis Salgado, Flávio Neves, Maria Tofani e José Feldman escreviam com frequência artigos médicos para leigos e trabalhos sobre assuntos diversos para o “Estado de Minas”; o Acadêmico Itamar de Faria, falecido há poucos meses, durante anos foi crítico de música erudita, escrevendo artigos para o “Estado de Minas”.
O Acadêmico Adelmar Cadar escreve crônicas e artigos para o “Diário da Tarde”; o Acadêmico Jesus Santos, durante anos escreveu sobre “Medicina do Trabalho” no “Estado de Minas”; O Acadêmico Joaquim Afonso Moretzshon, durante 1 ano, manteve uma coluna no antigo “Diário Católico” sobre atividades da AMMG; os Acadêmicos Jayme Neves, Evaldo Alves D’ Assumpção, Ibrahim Felippe Heneine e José de Souza Andrade Filho escrevem com frequência para os nosso periódicos.
Outros médicos, os saudosos Tasso Ramos de Carvalho e José de Souza Fortes, como também os Doutores Max Golger e Geraldo Guerra foram e são fascinados pela atividade jornalística.
No rádio teve uma longa atuação o Acadêmico Teóphilo Pires, como locutor da Rádio Inconfidência e Rádio Guarani.
Na televisão, assistimos com frequência, hoje, programas em que médicos apresentam temas da ciência de Hipócrates de interesse para o público em geral.