A Academia Mineira de Medicina, em sintonia com as entidades
médicas do Estado de Minas Gerais: o Conselho Regional de Medicina, a
Associação Médica de Minas Gerais e o Sindicato dos Médicos, manifesta
indignação e repudio à decisão de abertura de 5.700 vagas em cursos de
Medicina no Brasil, anunciadas pelo Governo Federal.
Esclarecemos à população que esta decisão alimenta uma indústria
de alta rentabilidade, sem retorno positivo para a atenção integral à saúde e ao
cuidado médico da população.
O Brasil não precisa de mais médicos. É essencial que a população
receba atenção integral à saúde, com qualidade e resolutividade. Para que a boa
medicina alcance as populações mais vulneráveis e em áreas remotas,
precisamos de cursos de Medicina de qualidade, além de melhorar os já
existentes, e de médicos que disponham de condições e meios de trabalho
dignos, com garantias do sistema de proteção social vigente no país.
Políticas públicas claramente definidas e continuadas devem
assegurar a fixação e condições de trabalho do médico e de outros
profissionais que integram a equipe de saúde em todo o país.
Belo Horizonte, outubro de 2023.
José Carlos Serufo
Presidente