No dia 1 de novembro de 2018 tomou posse na Cadeira de número 63 da Academia Mineira de Medicina, cujo patrono é o Dr. José Narciso Dias Teixeira de Queiroz Júnior, o Dr. Ciro José Buldrini Filogônio. O novo acadêmico foi saudado pelo seu padrinho Acadêmico José Carlos Serufo. A solenidade ocorreu no Teatro Oromar Moreira da Associação Médica de Minas Gerais e contou com expressivo número de acadêmicos, autoridades, familiares, colegas e amigos do empossando. O último ocupante desta cadeira foi o Dr. Benedictus Philadelpho de Siqueira.

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CURRICULUM VITAE

CIRO JOSÉ BULDRINI FILOGONIO,

Nascido em 22.10.1946 em Belo Horizonte-MG
Médico, professor universitário,CPF 075727516/87, CRM-MG 5433.
Filho de Izaura Buldrini Filogonio, professora, falecida em 2014 aos 93 anos e Lauro Moreira Filogonio, contador, falecido em 2016 aos 96 anos
Foi casado com Ivone Dirk de Sousa Filogonio, médica ginecologista, falecida em 31.12.2015 aos 63 anos. É pai de Mariana de Sousa Buldrini Filogonio, 42 anos, psicóloga, e de Lucas de Sousa Buldrini Filogonio, 34 anos, médico nefrologista e intensivista do Hospital Felício Rocho.

Endereço:
Consultório:
Rua Goitacazes 14 ,4° andar
30190-050 Belo Horizonte – MG
Endereço eletrônico:
ciro@medicina.ufmg.br
cirojbf@gmail.com

Atividades em exercício e qualificação:

Professor Adjunto do Departamento de Clínica Medica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Médico especialista em Clínica Médica e Administração Hospitalar.

Mestre em Medicina Tropical.

Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia.

Membro do Conselho Social da Unimed BH.

Diretor presidente da Cooperativa Editora e de Cultura Médica desde 2015.

Presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa de Trabalho dos Médicos do Hospital das Clínicas da UFMG (HCCOOP).

Atividades já exercidas:

Subchefe do Departamento de Clínica Médica da FMUFMG de 2004 até fevereiro/2008, e chefe do Departamento em 2006.

Preceptor da Residência de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da UFMG até 2012, tendo sido seu coordenador de 1993 a 1995.

Diretor presidente da HCCOOP de 2006 a 2012.

Diretor presidente da Cooperativa de Crédito dos Médicos e Demais Profissionais de Saúde de Minas Gerais (CREDICOM) de 1999 a 2005, tendo sido presidente do Conselho Fiscal desta cooperativa em 1996 e 1997.

Médico do Centro de Tratamento Intensivo do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais de 1971 a 1996, tendo sido seu coordenador médico de 1990 a 1996, quando se reformou no posto de Coronel.

Consultor da Revista Médica de Minas Gerais em atividades de avaliação de artigos para publicação no ano de 2002.

Membro do Conselho Social da Unimed BH desde sua criação até 2015.

Membro do Conselho Fiscal da Unimed BH em 2015.

Presidente do Conselho Fiscal da Unimed BH em 2016.

Vice-presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas (FENCOM) de 2006 a 2012.

Presidente do Conselho de Administração do Banco Cooperativo do Brasil (BANCOOB) de 2007 a 2012.

Formação Universitária:
1965 – 1969: Curso de Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), Belo Horizonte, MG.
Recebeu o Prêmio Oswaldo Cruz, destinado ao aluno que mais se destacou durante todo o curso médico.

1970 –1971: Residência de Clínica Médica no Hospital das Clínicas da UFMG.

1976 –1986: Mestrado em Medicina Tropical, pela UFMG.

1990: Administração Hospitalar, pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais.

1992: Epidemiologia das Doenças Infecciosas , pela Johns Hopkins University, Baltimore, Maryland, EUA.

Professor Adjunto IV do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG.

Chefe da Divisão Clínica do Hospital das Clínicas da UFMG de 1993 a 1995.

Membro da Comissão Especial para Avaliação do Título de Especialista em Clínica Médica, da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, em 1994.

Delegado do VI Seminário de Ensino Médico da UFMG, promovido pelo Colegiado do Curso de Graduação em Medicina da UFMG, em 1995.

Membro Titular da Câmara Departamental, Departamento de Clínica Médica, como representante dos professores adjuntos, de 1997 a novembro de 2001 e a partir de 2003 a fevereiro de 2008..

Membro Titular da Banca Examinadora do Concurso para Professor Assistente do Departamento de Clínica Médica – Área: Clínica Médica, da FMUFMG, conforme Portaria n. 14 de 25.3.99.

Elaborador da prova de múltipla escolha para Médico Alergologista – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa(FUNDEP), em Concurso Público promovido pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, maio de 2000.

Elaborador de provas de múltipla escolha e de questões abertas para Médico – Clínica Médica e Clínica Geral – para a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP/UFMG), em vários concursos públicos.

Atividades exercidas no Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais (HPMMG):

1972 – 1990: Médico plantonista do Centro de Tratamento Intensivo do HPMMG.
1990 –1996: Coordenador médico do CTI HPMMG.
1994 –1996: Presidente da Comissão de Ética Médica do HPMMG.
Concursos realizados :
Concurso Público realizado no Departamento de Clínica Médica da FMUFMG para Auxiliar de Ensino junto à disciplina de Semiologia Médica, em fevereiro de 1971, aprovado em 3° lugar.
Aprovado no Educational Council for Foreign Medical Graduates, em fevereiro de 1971, com o score 82 (ECFMG n. 129-684-7).
Concurso público para Oficial Médico, realizado no HPMMG, em agosto de 1971.
Concurso público de provas e títulos para a categoria de Professor Assistente do Departamento de Clínica Médica da FMUFMG, em julho de 1978.
Concurso público de provas e títulos para a categoria de Médico do Quadro Permanente da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, em julho de 1982, aprovado em 3° lugar.

Associações a que pertence:
Associação Médica de Minas Gerais
Associação Médica Brasileira
Sociedade Mineira de Terapia Intensiva, tendo sido diretor científico no biênio 1994-1995.
Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia – Membro Efetivo desde abril de 1998.
Sobre a família:
Meus Irmãos
Sou o primogênito de uma família de 11 filhos, sendo que duas irmãs faleceram com poucos dias de vida. Fora os abortos, foram 11 gestações. Do primeiro filho os meus pais já haviam escolhido o nome: Ciro.
A segunda, por ter nascido no dia de Santa Cecília, chama-se Cecília. Certamente eles não imaginaram que teriam tantos filhos. Como os dois primeiros nomes começavam com a letra C, resolveram batizar os seguintes com nomes também iniciados com a mesma letra e depois de um certo número de filhos passaram a ter dificuldades em manter a regra da letra C. Que o digam meus irmãos mais novos, Charles e Cílis! Os outros, Cid, Cícero, Cíntia, Cécil e Cibele tiveram mais sorte.
Meus pais e avós
Meu pai, Lauro Moreira Filogonio nasceu em Pedro Leopoldo-MG, o terceiro filho entre sete irmãos, mudou-se para Belo Horizonte ainda criança. Seu pai, Ibraim Sinval Filogonio era celeiro, tinha um pequeno comércio de celas e arreios na Avenida Olegário Maciel, e músico amador. Sua mãe, Agripina Moreira Filogonio, também de Pedro Leopoldo, faleceu aos 32 anos por complicações obstétricas. Aos 9 anos, portanto, meu pai ficou órfão. Uma pena, pois a avó Agripina pertencia a uma família de longevos, vários ultrapassaram os 90. Sua mãe, minha bisavó Laura, morreu com 108 anos e duas de suas irmãs ultrapassaram os 100 anos.
Papai era contador, tinha escritório especializado em Imposto de Renda, tendo trabalhado até os 86 anos. Foi também comerciante, sendo proprietário de um famoso bar e restaurante na década de 50 – 60 nas vizinhanças do Mercado Central de Belo Horizonte, o Bar Botafogo, embora seu irmão caçula, o Alvinho tenha sido craque no Atlético – e depois no Vasco da Gama -, fazendo parte do famoso time que em 1950 venceu vários jogos no inverno europeu e até hoje é lembrado no hino oficial do Clube Atlético Mineiro. Ele foi o artilheiro do time conhecido como “Campeão do Gelo”.
Minha mãe, Isaura, era a primogênita de 11 irmãos, nasceu em Belo Horizonte e com 1 ano de idade retornou para Rimini-Itália, cidade natal de seus pais. Minha avó materna Ines Berlini Buldrini deu um nome brasileiro à primeira filha, nascida poucos meses depois da emigração para o Brasil, por influência do famoso livro “A escrava Isaura” de José de Alencar. È interessante observar que vovó Ines nasceu em 1900 (ainda século XIX), viveu todo o século XX, tendo chegado ao Brasil em 1920, com 20 anos incompletos, e morreu aos 103 anos em Belo Horizonte, em dezembro de 2003 (no século XXI) !
Mamãe era professora até se casar, tendo trabalhado no Instituto Pestalozzi, com crianças excepcionais. Um dos irmãos da vovó Ines, Renato Berlini, a quem conheci pessoalmente e me confirmou o fato, foi colega de escola do famoso cineasta italiano, também nascido em Rimini, Federico Fellini.
Meu avô materno, Bruno Buldrini, faleceu com 79 anos, em 1970. Construiu inúmeras casas e sobrados em Belo Horizonte e algumas cidades do interior do estado, e mais tarde especializou-se em construir e reformar fornos de padaria. A maioria das padarias de Belo Horizonte pertenciam aos italianos. Ao contrário dos seus conterrâneos daquela época, o vovô Bruno era antifascista e se dizia ateu, embora haja controvérsias sobre esse último detalhe. Era blasfemador contumaz, o que deixava sua mulher, católica fervorosa, muito irritada e temerosa. Na ocasião da Segunda Guerra Mundial era proprietário de um restaurante no centro da cidade, chamado Cantarola. Quando o país entrou em guerra houve problemas com os italianos, a maioria adeptos de Mussolini e chegaram a acontecer algumas agressões e até depredações de casas comerciais de italianos, apesar de sua ideologia contrária à do ditador italiano. Apesar de ateu, conservava em seu estabelecimento, certamente por exigência da esposa, uma imagem de Santo Antônio. Temendo o quebra-quebra, nos dias mais tensos colocou no restaurante uma de suas filhas, muito bonita, com seus 15-16 anos de idade, à frente do caixa, na esperança de que pudesse se livrar do prejuízo iminente. A princípio deu certo seu estratagema, mas num dia, ao chegar para abrir as portas do bar, tudo estava destruído, menos a imagem do santo. Não teve dúvidas – em meio a blasfêmias e impropérios impublicáveis atirou a pobre imagem no meio da rua, que se espatifou em mil pedaços, certo de daquele santo não precisava esperar nada. Depois disso nunca mais quis saber da atividade, voltando a ser o exímio pedreiro e construtor de fornos de padaria.
Meus netos, genro e nora
Mariana, minha filha, 42 anos, é psicóloga clínica, casada com o economista Rodrigo de Oliveira Perpétuo, é a mãe de Luísa, de sete anos.
Lucas, meu filho, 34 anos, é médico nefrologista e intensivista no Hospital Felício Rocho (HFR). É casado com Christiane Pires Marota Filogonio, médica radiologista, também do HFR, sua colega de turma. Têm uma filha de 2 anos, Helena, e um filho de 4 meses, Antônio.
Minha mulher, Ivone Dirk de Sousa Filogonio, com quem fui casado por 40 anos, faleceu aos 63 anos em 31.12.15 em consequência de complicações tardias de dissecção da aorta. Talvez a sua ausência tenha sido a razão principal, o maior motivo para que eu me candidatasse a uma vaga na Academia Mineira de Medicina. Aliás, pela idade, sou realmente mais uma vaga que um candidato, como muito bem dissera o grande escritor e médico mineiro Pedro Nava(1903-1984), quando indicado para a Academia Brasileira de Letras. De certo modo a minha entrada para a Academia, algo que muito me honra e jamais me julguei merecedor de tamanha distinção, é uma homenagem à sua memória.