Alocução para a sessão solene do 36o. aniversário da AMM – Evaldo Alves d”Assumpção

    ALOCUÇÃO PARA A SESSÃO SOLENE DE 36º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA MINEIRA DE MEDICINA – PRESIDENTE ACAD. EVALDO A. D´ASSUMPÇÃO

    Reverendíssimo Monsenhor Geraldo dos Reis Calixto, digníssimo representante do nosso Arcebispo D. Walmor Oliveira de Azevedo; Digníssimo Presidente da Associação Médica de MG, Dr. José Carlos Vianna Collares Filho, em nome do qual saúdo todos os demais componentes da mesa e autoridades presentes. Prezados homenageados da Academia nesta Sessão Solene do nosso 36º aniversário; Confrades e Confreiras, Senhoras e Senhores.
    A Academia Mineira de Medicina completa 36 anos de existência. De um sonho de dois médicos, Drs. Francisco José Neves e Itamar de Faria, este já falecido, foi instalada, em 16 de novembro de 1970, o nosso sodalício.
    Terminando o seu segundo mandato como presidente da Associação Médica de Minas Gerais, o hoje Acadêmico Francisco José Neves deixou um marco muito especial para coroar a sua profícua gestão. Com o apoio e ajuda do Dr. Itamar de Faria reuniu alguns luminares da medicina daquele tempo, não tão distante, e criaram a Academia Mineira de Medicina, instalando-a na Associação Médica, exatamente no dia da inauguração de sua nova sede. Ligação afetiva e histórica que vem sendo carinhosamente mantida e para a qual contamos sempre com o apóio e a acolhida generosa dos presidentes desta Associação. Na pessoa do seu atual presidente, Dr. José Carlos Vianna Collares Filho, queremos homenagear e agradecer a preservação desta ligação fraterna.
    Para compor a Academia, estabeleceram 100 cadeiras, às quais deram como patronos grandes vultos da medicina mineira, já falecidos. Para ocupá-las, foram escolhidos os maiores nomes da medicina de nosso Estado. Em retribuição, seus ocupantes fizeram uma singela homenagem aos dois criadores: estabeleceram para eles as cadeiras de números 101 e 102, as únicas que, uma vez falecido o seu ocupante, jamais seriam ocupadas por outros Acadêmicos. E, para a sua primeira presidência, elegeram o Prof. Oswaldo de Mello Campos, professor de quase todos nós, um dos maiores clínicos gerais do nosso país.
    Até hoje, 16 diretorias e 10 presidentes tiveram a enorme honra e o grande desafio de dirigir o nosso sodalício, pelo qual já passaram 225 Acadêmicos Titulares.
    Temos a honra de estar ocupando, até março de 2009, a Presidência da Academia, ladeado por doze brilhantes confrades que têm, como ideal, trabalhar harmoniosamente pelo seu engrandecimento. Para ajudar neste trabalho, contamos com os sete membros natos e onze membros eleitos do Conselho Superior, presidido pelo último presidente da Academia, Acadêmico Ernesto Lentz de Carvalho. E, para a total lisura das questões
    financeiras, temos uma Comissão Econômica, composta por três Acadêmicos eleitos.
    Muito tem sido feito, porém muito mais necessita ser realizado. Completando mais um ano de existência, temos a consciência tranqüila de estar cumprindo o nosso dever. Por ocasião de nossa eleição, demos nome à nossa chapa de INTEGRAÇÃO, pois integrar era o nosso objetivo. Hoje contamos com um departamento feminino que promove reuniões mensais de confraternização e cultura, reunindo as esposas dos Acadêmicos, contribuindo efetivamente para integrar nossas famílias. À minha esposa Edite, e às esposas de nossos confrades que participam da organização e da animação destas reuniões, nosso muito obrigado!
    Agora, festejamos. Amanhã, retomaremos aos nossos trabalhos em prol da Academia Mineira de Medicina. E, como mensagem final desta presidência, queremos deixar, para a meditação de todos, a oração do Acadêmico de Medicina que fizemos especialmente para esta data:

    ORAÇÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA
    Senhor Deus de todas as ciências,/
    Mestre de todos os mestres,/
    Médico de todos os médicos!//
    Dissestes um dia,/ ao homem que acabastes de criar:/
    “Subjugai a terra,/ dominai sobre tudo que vive e se move sobre a terra!”//
    Entretanto, Senhor,/ nós lhe entendemos mal.//
    Pensamos que “subjugar” e “dominar”/
    Nos fosse concedido/ para a tudo e a todos escravizar;//
    Para exaurir a terra,/
    De tudo aquilo que ela generosamente nos concede.//
    Acreditamos que poderíamos explorar nossos irmãos menores,/
    Especialmente os mais fracos/ e incapazes de se defender.//
    Não entendemos que/ para um Deus Amor,/ tais conceitos não existem.//
    Não compreendemos que estáveis,/ naquele momento,/
    Dando-nos a razão,/ a inteligência,/
    Assim como a habilidade/ para ordenar todas as coisas.//
    Para que todas as nossas ações
    Servissem,/ tão somente,/ para completar a vossa obra.//
    Que propositadamente foi deixada um pouquinho incompleta,/
    Para que nós,/ os homens,/
    Nos tornássemos co-responsáveis pela criação,/
    Que era somente vossa,/
    E que generosamente nos era colocada nas mãos,/
    Para nos tornar vossos colaboradores.//
    E nós, Senhor,/ que recebemos o dom da medicina,/
    Que fomos privilegiados por essa vocação maravilhosa,/
    Que recebemos inteligência,/ memória,/
    E tantas oportunidades para aprender a arte hipocrática,/
    Fomos escolhidos para essa co-participação,/
    Utilizando tudo o que aprendemos/ e os dons que nos destes,/
    Em favor dos que sofrem.//
    Para que pudéssemos evitar as doenças,/
    Aliviar as dores/ e curar os enfermos.//
    Fomos escolhidos para ensinar o que aprendemos,/
    Compartilhando o que vivenciamos e o que experimentamos,/
    Permitindo assim/ que outros pudessem nos substituir,/
    Quando o peso dos anos,/ o cansaço da longa jornada,/
    Impusesse-nos o justo descanso,/ a parada definitiva.//
    Por isso,/ nós que fomos especialmente privilegiados,/
    Podendo fazer parte de um grupo tão especial,/
    Numa Academia de Medicina,/
    Nos colocamos agora à vossa disposição,/ e vos pedimos:/
    Que possamos ter sempre a vossa proteção,/ e a firme decisão/
    De honrar sempre nossos compromissos/
    Para com os irmãos que sofrem.//
    Que jamais utilizemos nossa arte para causar danos,/ para gerar o mal.//
    Que a ética seja sempre a nossa bússola;//
    A compaixão,/ a nossa mestra;//
    A paciência,/ o nosso selo;//
    A ternura,/ o nosso valor inquebrantável;//
    A humildade,/ o nosso maior patrimônio.//
    E quando a mortalidade humana se manifestar em nós,/
    Quando a morte,/ que é para todos e sem exceção,/
    Confirmar a transitoriedade de todas as coisas,/
    Neste tempo fugaz da matéria corruptível,/
    Que a nossa vida pessoal e profissional/
    Tenha sido um exemplo irretocável.//
    Que a imortalidade acadêmica que conquistamos,/
    Preserve,/ para as gerações futuras,/
    Os valores essenciais que nos destes,/
    E que procuramos preservar por toda a vida,/
    Transmitindo-os/ por palavras e ações,/
    Para aqueles que vieram/ e vierem depois de nós.//
    AMÉM!.
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