Levindo Eduardo Coelho
É o patrono da Cadeira 90.
Nasceu Levindo Eduardo Coelho, filho de Antônio Coelho e de Maria Antônia Coelho, no dia 13 de outubro de 1871, em Catas Altas da Noruega, distrito de Queluz de Minas, na Província de Minas Gerais. Queluz de Minas é a atual Conselheiro Lafaiete e Catas Altas da Noruega, hoje cidade, encontra-se emancipada desde março de 1963.
Parte de sua infância foi passada com uma tia em Ubá, na zona da mata mineira.
Pretendendo avançar nos estudos, muda-se para Ouro Preto, Capital do Estado de Minas Gerais à época, onde auxiliando sua mãe, trabalha e ajuda na criação de suas cinco irmãs.
Inicia seu curso secundário no Colégio Egídio Soares, enquanto trabalha como faxineiro e encarregado de compras. Conclui o secundário no colégio Mineiro, na mesma cidade.
Faz concurso para o Correio do Brasil, passa em primeiro lugar, começa a trabalhar e matricula-se na Escola de Farmácia de Ouro Preto, onde é considerado um dos mais estudiosos alunos.
Cola grau em 1894 e, no ano seguinte, é nomeado Professor Assistente.
Lecionando inglês, organizou uma gramática e um processo racional de aprendizagem do idioma.
Vocacionado para a Medicina viaja para Salvador e matricula-se na Faculdade de Medicina da Bahia, na 2ª série, por ter se diplomado farmacêutico.
Transfere-se para o Rio de Janeiro, ingressa na Faculdade de Medicina e gradua-se médico em 1902.
Voltando a Ouro Preto, é recebido com festa, mas, cumprindo uma promessa feita a sua tia, residente em Ubá, muda-se para essa cidade, onde passa a clinicar e a exercer atividades jornalísticas.
Convocado por prestigiosos cidadãos insere-se na política local. Preocupa-se em incentivar a educação e melhorar as condições de saúde pública. Funda o Internato Mineiro, o Hospital São Vicente de Paulo, o Asilo dos Velhos Desamparados e oficializa o Ginásio “Raul Soares”. Em entendimentos com Carlos de Laet, promove a instalação do Colégio “Sacré Couer” na cidade.
Foi vereador e agente executivo (equivalente a Prefeito) de 1915 a 1917 e de 1918 a 1920 e, neste cargo, melhorou as condições de higiene pública e debelou epidemias. Criou o serviço de água potável, esgoto, calçamento e retificou parte do Rio Ubá, impedindo inundações de ocorrência freqüente.
Elegeu-se Senador Estadual por duas Legislaturas, de 1945 a 1930, Deputado Federal de 1935 a 1937 e Constituinte de 1933 a 1934.
Foi Secretário de Educação e Saúde Pública em 1937; entretanto, o golpe de Estado de novembro de 1937 fê-lo retornar a clínica e ao ensino em Ubá.
Nomeado Prefeito em 1938, passa o cargo ao seu filho Ozanam Levindo Coelho, um ano depois.
Findo o regime excepcional, organizados os partidos políticos, candidata-se pelo Partido Social Democrático (P.S.D) ao cargo de Senador, recebe expressiva votação e exerce a senatoria por oitos anos, dando por encerrada a sua carreira de atividade públicas.
Recolhe-se à vida privada, mantendo o nome na direção do seminário “Folha do Povo”, fundado em 1914.
Escreveu uma autobiografia, Minha vida e meus atos, e participou de outro jornal: “O Movimento”.
Faleceu em 06 de junho de 1961.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida