Natural de Itapecerica, Minas Gerais, nasceu Djalma Teixeira de Oliveira em 1930. Graduou-se em medicina pela Faculdade de Medicina de Minas Gerais (futura UFMG) em 1957. Especializou-se em psiquiatria através de
atividades práticas em hospitais e ambulatórios, numa época em que ainda não havia as Residências.
Djalma Teixeira de Oliveira (1930- )
Ao lado de conhecidos psicólogos como Pierre Weil e Célio Garcia, começou a trabalhar no Departamento de Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais, tendo se especializado em técnicas de
dinâmicas de grupo e psicodrama. No início da década de 1960, atendendo às demandas de aperfeiçoamento dos administradores do Banco da Lavoura, Djalma Teixeira de Oliveira adaptou as técnicas de training group,
desenvolvidas no National Training Laboratory in Group Development, em Bethel, Estados Unidos, baseadas em estudos de Lewin, Lippitt, Benne e Bradford. A partir daí desenvolveu uma técnica denominada Desenvolvimento
das Relações Humanas (DRH).
A partir de 1956, se interessou por psicanálise e passou a acompanhar o grupo do Círculo Brasileiro de Psicologia Profunda, fundado pelo padre jesuíta Malomar Lund Edelweiss, em Porto Alegre (RS), algum tempo antes.
Malomar, natural de Pelotas (RS), havia se submetido, no início da década de 1950, a análise com Igor Caruso, analista vienense fundador do Círculo Vienense de Psicologia Profunda, uma dissidência da International
Psychoanalytic Society (IPA).
Em 1962, Djalma Teixeira de Oliveira submeteu-se a supervisão psicanalítica, inicialmente em Viena com Igor Caruso. No período 1962/3 prosseguiu sua formação com Malomar Lund Edelweiss. Foi um dos responsáveis pela vinda do psicanalista gaúcho para Belo Horizonte, em 1963. Na ocasião, questionava a ortodoxia que orientava a IPA, procurando fazer uma aproximação entre a linha freudiana e a do Círculo Vienense de Psicologia
Profunda. Em 1967 foi designado o primeiro analista didata do grupo. Entre 1964 e 1968 foi Membro Fundador e Presidente do Círculo de Psicologia Profunda de Minas Gerais, posteriormente Círculo Psicanalítico de Minas
Gerais. Foi também de sua Comissão de Ensino. Mais tarde fundou o Grupo de Estudos Psicanalíticos – GREP – onde se tornou professor de Psicopatologia Psicanalítica, desde 1985. Atuou como Diretor Clínico do Centro
Psicoterapêutico, hospital de orientação psicanalítica em Belo Horizonte, entre 1973 a 1983, em colaboração com Marcio de Vasconcelos Pinheiro. Através deste, tomou contato com a psiquiatria culturalista norte-americana,
quando teve a oportunidade de estagiar no Hospital Psiquiátrico de Baltimore, onde era Diretor Clínico o prof. Clarence Schulz, com quem desenvolveu grande experiência no tratamento de pacientes psicóticos.
Entre suas obras se destacam: Sobre as Psicoses, de 1992; Bissexualidade e Fundamentos da Psicanálise – Tortura de Freud, de 1995; As Construções e a
Verifcabilidade Psicanalíica, de 1996; Um Diagnóstico para Titãs, além de inúmeros trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais.
É autor de 4 livros: Dinâmica de Grupo e Desenvolvimento em Relações Humanas, de 1967; Freedom and Coertion in Drug Abuse, publicado em Zurich, em 1974; Narcisismo-Conflito entre Dois Mitos, em 1986 e O Real, o Simbólico e o Imaginário na Clínica Psicanalítica, sua obra mais conhecida,
de 1997.
Tornou-se Membro Titular da Academia Mineira de Medicina, em 1998, na Cadeira de número 60 cujo Patrono é Iago Victoriano Pimentel e onde tivera assento Paulo Saraiva. Na ocasião defendeu tese intitulada O Normal e
o Patológico na Adolescência. Em 2007 tornou-se Membro Emérito da Academia.

Fontes:
OLIVEIRA, Djalma T. WIKIPEDIA. Disponível em: .

ARAÚJO, Fernando. Saudação na posse do Acadêmico Djalma Teixeira de Oliveira. In: Anais da Academia Mineira de Medicina. Ano XXVII – 1997. Ano XXVIII – 1998, pp. 487-92.316.

CORRÊA, A.C.O. Breve história da psiquiatria mineira. Belo Horizonte: Editora 3i, 2018, pp. 314-6.