Patrono – Linneu Silva
É o patrono da Cadeira 31.
Nascido em Campos dos Goitacazes, na Província do Rio de Janeiro, em quatro de abril de 1885, Linneu Silva matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1902, e diplomou-se em 1908.
Foi um aluno do Professor José Antônio de Abreu Fialho, na Cadeira de Oftalmologia, e seu interno, tendo realizado, quando ainda estudante, em 23 de setembro de 1907, uma cirurgia de catarata, fato inusitado para época.
Formado, continuou a trabalhar com o seu mestre e, em 1912, foi nomeado “médico adjunto da especialidade de moléstias dos olhos” da Associação dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro e, a seguir, Chefe do Serviço de Olhos do Dispensário Moncorvo Filho e oculista do Serviço de Inspeção Sanitária Escolar do Distrito Federal.
Em 1913, apresentou a tese: “Do trabalho visual de perto como causa eficiente da miopia escolar”, sendo nomeado assistente da Cadeira de Oftalmologia.
Transferiu-se para Belo Horizonte em 1915 e disputou com mais dois colegas a vaga de Lente Substituta de Oftalmologia no concurso realizado em janeiro de 1916, vindo a conquistar o primeiro lugar com a tese: “Em torno de um caso de Syphiloma inicial ocular”.
Nomeado em julho de 1916, assume a regência da Cadeira, pois o titular Dr. Honorato Alves estava dedicando-se às atividades políticas no desempenho de mandato legislativo.
Aliou-se ao Professor da Cadeira de Otorrinolaringologia, Dr. Renato Bracante Machado, e fez gestões junto ao Governo do Estado, para obtenção do prédio da Diretoria de Higiene ao lado da Faculdade e nele instalar um hospital.
Em 20 de julho de 1920, começa a funcionar o Hospital São Geraldo com a aula inaugural intitulada: “O Elogio dos olhos”, uma mescla de Fisiologia, Patologia e Fisiologia com uma pitada de Romantismo.
No hospital são instaladas as duas clínicas e sendo ali também ministradas as aulas de Oftalmologia e de Otorrinolaringologia, o que o tornou um dos principais núcleos destas atividades no país.
O Professor Linneu Silva esteve sempre presente nos Congressos de Oftalmologia nacionais e internacionais, apresentando importantes trabalhos científicos de 1916 1 1939.
Em 1916, “Um caso de sifiloma inicial da pálpebra superior” e “Higiene Escolar nas escolas públicas de Campos”. Em 1929, “Estrabismo sursum-vergente”, e “Do fenômeno Bulbopalpebral hipercinético na Paralisia Facial periférica”. Em 1936, “Patogenia da amaurose química”.
Esteve nos Estados Unidos da América e na Europa, freqüentando centros de ensino, acompanhando cursos e a convite do Professor Conrad Behrens de Nova York, para ser seu assistente e elegantemente declinou do honroso cargo.
Foi membro correspondente da Academia Brasileira de Medicina, Professor “Honoris Causa” da Faculdade de Medicina de Buenos Aires e recebeu inúmeros títulos de Sócio Honorário de Sociedades de Oftalmologia do Brasil e do exterior.
Em Belo Horizonte, além das atividades médicas, teve intensa participação em empresa comerciais e clubes sociais, dentre os quais: Banco de Minas Gerais, Automóvel Club, Rotary Club, Cia. De Cinemas e Teatros de Minas Gerais, Cia. de Seguros Minas-Brasil, etc.
Com a renúncia do Professor Honorato Alves, ocupou a Cátedra de 1938 a 1941, vindo a mudar-se, a seguir, para o Rio de Janeiro, onde, na Faculdade de Ciências Médicas, toma posse como Catedrático, em oito de março de 1941, proferindo a aula inaugural sobre “O conceito do ensino de Clínica Oftalmológica nas nossas Faculdades de Medicina”.
Em 3 de abril de 1941, recebe o título de Professor “Honoris Causa da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
Continuou clinicando e lecionando no Rio de Janeiro até o seu falecimento, em 10 de março de 1954.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida