Affonso Antônio de Portugal e Castro
É o patrono da Cadeira 30.
Nasceu Affonso de Portugal e Castro, em Ouro Preto, Província de Minas Gerais, no dia 24 de junho (o ano é incerto, sabendo-se apenas que está entre 1815 1 1821), filho de Manoel Francisco Zacarias de Portugal e Castro e de Maria Luísa de Abreu Lobato.
Diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1846, juntamente com 25 outros colegas.
Sua tese de doutoramento foi: “Considerações gerais sobre os sinais pelos quais se pode dife-rençar a morte real da morte aparente”.
Regressou à sua Província, para exercer a medicina em Mariana, Ouro Preto, Piranga e cincunvizinhanças, fixando-se por mais tempo nesta última cidade.
Foi Juiz Substituto em Guarapiranga depois que passou à Comarca (Comarca de Piranga).
Em 23 de março de 1854, assumiu o cargo de Delegado, de um dos 16 Círculos Literários (2º) em que foi dividida a Província, com sede em Mariana, que abrangia mais de 34 localidades, tornando-se figura ponderável, da instrução, em grande área das Minas Gerais.
Em 1864, transfere sua residência de Piranga para Rio Preto, também em Minas Gerais. Fizera contratos com proprietários rurais, para tratamento e prevenção (exames periódicos) de doenças em escravos, inclusive prescrevendo alimentação.
Quando começou novamente a grassar varíola, em Rio Preto, no ano de 1865, Dr. Afonso uniu-se aos médicos ali residentes, para aplicar a vacina anti-varíola nas pessoas ainda não atingidas.
Passou a atuar na política, pelo partido Conservador, na mesma linha em que militou anteriormente. Isto ocorreu na ocasião em Rio Preto foi elevada à cidade, ou seja, em 1817. Em 1872, é eleito Vereador à Câmara Municipal, sendo o 2º mais votado. O Presidente da Câmara entregou-lhe a administração municipal, que abrangia áreas territoriais dos atuais municípios de Lima Duarte, Juiz de Fora, Olaria, Santa Rita do Jacutinga e Bom Jardim de Minas.
Em 1873 contrata e recebe as obras do Curral do Conselho junto ao Matadouro (obras do depósito de gado a ser abatido), autoriza a construção da casa para a Recebedoria (Barreira) do Ouro, conserta pontes, resolve o problema da água potável e realiza um conjunto de outras obras concernentes à higiene do município.
Vereador que era em 1875, é reeleito Presidente da Câmara e seu Agente Executivo (cargo equivalente ao de Prefeito).
Com saúde abalada, em 1878, propõe que a Câmara Municipal se dirija à Assembléia Provincial Mineira, solicitando conclusão das obras do Cemitério Municipal, reparo de estradas, iluminação publica e atenção ao professorando.
Adotou o uso de pesos e medidas, do sistema métrico decimal. Instituiu festas comemorativas na data da Independência.
Juntamente com suas funções na Câmara era Juiz Municipal no termo e depois Comarca do Rio Preto.
Em 1876, assumiu o cargo de Juiz de Direito na instalação da Comarca de Rio Preto.
Em 1882, o seu nome reaparece como Vereador mais votado. Ocupa a Presidência da Câmara por ser o mais idoso, mas transfere-a por motivo de saúde.
Em 1884, é reeleito para Câmara Municipal, porém no dia seis de dezembro falece.
Naqueles tempos em que os médicos se ocupavam em cuidar da higiene no município, com base no aprendizado da Cadeira de Higiene, geralmente lecionada no último ano do curso médico e tida como muito importante, o Dr. Afonso de Portugal e Castro não se esqueceu das lições dos seus mestres.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida