Joaquim Travassos da Rosa
É o patrono da Cadeira 28.
Nasceu Joaquim Travassos da Rosa no dia 15 de Julho de 1898, em Belém, no Estado do Pará.
Bacharel em Ciências e Letras pelo Ginásio Paes de Carvalho, naquele Estado, segue para o Rio de Janeiro, onde se matricula na Faculdade de Medicina, vindo a diplomar-se em 1914. Nessa faculdade, foi Monitor e, depois, Preparador da Cadeira de Microbiologia, de 1922 1 1926.
Começa a revelar sua grande vocação pelos da Bacteriologia, sendo contratado pela Diretoria de Higiene do Rio Grande do Sul, ali permanecendo de 1927 a 1929.
Foi contratado para Assistente do Instituto Butantã, em São Paulo, no dia 24 de junho de 1929 e, após concurso para a Secção de Virus e Rickéttsias, foi nomeado Assistente-Chefe em 17 de janeiro de 1936.
Em outubro de 1948, foi comissionado pelo Ministério da Educação e Saúde, para instalar e organizar a Secção da Rickéttsias do Instituto Oswaldo Cruz. Em 1952, ocupa a chefia da Divisão de Vírus, do Instituto de Microbiologia, da Universidade do Brasil.
Ocupou os cargos de Assessor Científico do Ministério da Saúde, Assessor Técnico e Científico para assuntos de pesquisa da Fundação Serviço Especial da Saúde Pública e Sub-Chefe de Gabinete do Ministério da Saúde, no biênio 1959-1960.
Exerceu, ainda, as funções de sub-secretário de Estado do Ministério da Saúde em 1962 e de delegado do Governo Brasileiro no IV Congresso Internacional de Microbiologia, em Copenhague, na Dinamarca.
No quadriênio 1961-1964 foi Diretor do Instituto Oswaldo Cruz e Membro do Conselho Nacional de Saúde.
Participou como Secretário e Vice-Presidente de Congressos, nacional e internacional, da sua atividade científica, no Rio de Janeiro, e de vários outros Congressos Científicos, dentro e fora do Brasil.
Membro da Society of American Bacteriologist, presidiu a Secção do Rio de Janeiro em 1950. Foi Presidente da Sociedade de Biologia de São Paulo e membro das Sociedades de Higiene e Saúde Pública do Rio Grande do Sul, de Medicina de Porto Alegre, de Urologia do Rio de Janeiro, de Biologia do Rio de Janeiro, de Gastroenterologia de São Paulo, Brasileira de Microbiologia, Brasileira para o Progresso da Ciência, e de muitas outras.
Participou, como Membro Titular, da Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo (atual Academia Paulista de Medicina).
Publicou mais de 130 trabalhos científicos, sobre pesquisas realizadas, como autor único ou em co-autoria.
Como resultados de pesquisas, estabeleceu a identidade entre os agentes da febre maculosa brasileira e os das Montanhas Rochosas dos Estados Unidos da América do Norte e revelou a ocorrência do tifo murino no Rio de Janeiro. Resolveu, na experimentação laboratorial, questões atinentes ao vírus asiático da influenza, na pandemia que atingiu o Brasil. Demonstrou a capacidade tetanizante da toxina estafilocócica e o poder preventivo e curativo da antitoxina específica.
Estudou o tifo exatemático, isolando o agente causal, de vários animais. Mostrou a participação do “Amblyoma striatum”, na transmissão do “tifo exantemático de São Paulo”. Verificou, que o cão era reservatório do agente etiológico da Riquetsiose que ocorria em São Paulo.
Foi enviado pelo governo de São Paulo para uma viagem de estudos aos Estados Unidos e Canadá, onde se especializou no National Insitute of Health em Bethesda, no Rocky Mountain Laboratory (Hamilton) e nos Connaught Laboratories (Toronto) em 1944 e 1945.
Autêntico microbiologista, homen de pesquisa, médico de laboratório e de questões ligadas a problemas médico-sanitários, tornou-se, por tudo isto, um dos maiores sanitaristas do Brasil.
Foi agraciado, pelo Presidente da República, com a Ordem do Mérito Médico, no grau de Grande Oficial.
De elevados atributos humanos, foi um exemplo para os seus discípulos.
Faleceu em 25 de novembro de 1967, o que resultou numa perda irreparável para a ciência médica brasileira.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida