Discurso de posse da Diretoria da AMM na gestão 2003-2004 – Jairo Carvalhais Câmara – 2003

    Data de publicação: 25/03/2003

    Posse Diretoria Biênio 2003 a 2004

    Discurso proferido pelo Acadêmico Jairo Carvalhais Câmara em 25 de março de 2003 na posse da Diretoria para o Biênio 2003 e 2004.

    Ilustres Componentes da Mesa Diretora
    Excelentíssimas Autoridades
    Senhores Acadêmicos
    Exma. Sra. Nilza Maria Silveira Lentz Monteiro e os filhos Ernesto, Bernardo, Guilherme e Liliane
    Senhoras e Senhores

    Prezado confrade Presidente Ernesto Lentz de Carvalho Monteiro

    É chegado o momento tão ansiosamente esperado por nós dois, Eu, cumprindo o “Comunicado aos Acadêmicos” de não reeleger-me, e você, na grande expectativa de sua eleição e posse para esta Presidência.
    A verdade é que a mudança do sistema de vida, exige maior freqüência na alternância do poder, em todos os tipos de Direções e Governos. O mesmo ocorre na Academia Mineira de Medicina, cujo crescimento social ampliou o leque de responsabilidades, com natural desgaste para seus Diretores ainda profissionalmente ativos e principalmente, pelo inexorável avanço da idade.
    Ao assumir esta Presidência, afirmei que manter a tradição das realizações dos ilustres Presidentes que nos antecederam, seria uma árdua tarefa. Quando eu estava em plena atividade na Vice-presidência do sétimo Presidente, o Acadêmico Fernando Araújo e durante a preparação do Congresso de Doença de Chagas, com todas as dificuldades sendo resolvidas paulatinamente, ele como sempre tranqüilo, afirmou-me: “você pode ir preparando sua grande homenagem histórica. O Centenário de Nascimento do Doutor Juscelino Kubitscheck de Oliveira!”
    E assim, durante nosso biênio além das diversas Atividades da Academia, tivemos na Homenagem de Aniversário do ilustre colega, uma participação decisiva nas Comissões do Governo Estadual e da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, como também nas Comissões Federais pela Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais, com Sessões Solenes no Hospital da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, no Clube Militar e Academia de Letras João Guimarães Rosa da PMMG, no Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais, no Centro de Memória da Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, na Associação de Professor Sênior, na Associação de ex Alunos, no Instituto Mineiro de História da Medicina, na Cruz Vermelha Brasileira Filial de Minas Gerais e na Associação Médica de Minas Gerais, cujos Comandos, Presidentes, Reitores, Diretores, e Conselheiros, aos quais peço desculpas por não citar os nomes que já pertencem a história, foram os principais responsáveis pelas belíssimas solenidades, com documentos já doados à Casa de Juscelino em Diamantina.
    Tendo recebido desta Academia a Láurea do “Mérito Médico in Memorian” em 2001 considero que o biênio 2001 – 2002, poderia ser inscrito nos Anais como o “Biênio do Centenário de JK”.
    Senhor Presidente, hoje também posso afirmar-lhe que uma atividade de grande magnitude histórica da medicina mineira, está a espera de sua Diretoria: o preparo para a comemoração do Centenário de Nascimento do ilustre médico escritor e poeta, Acadêmico Honorário Pedro da Silva Nava, nascido a cinco de junho de 1903.
    O valioso apoio como meu Vice-presidente, em muito contribuiu para o nosso aprendizado comum na realização de tão importantes eventos e que nesse, também orientado e distribuído, nos dá a certeza de que uma bela homenagem será realizada.
    Na progressão de Cargos Diretivos da Academia pelas normas estatutárias, passo para o Quadro de Membros Natos do Conselho Superior, Órgão Normativo, onde com muita honra e orgulho, estarei na Galeria dos Presidentes, ao lado dos Acadêmicos Francisco José Neves, Pedro Drumond de Salles e Silva, Francisco Alves dos Reis, José de Laurentys Medeiros, Paulo Adelmo Lodi e Fernando Araújo.
    A importância histórica desses ilustres confrades, abre outra ramificação nos cainhos da vaidade pessoal, principalmente devido a minha vida profissional estar embasada como médico do interior no Vale do Jequitinhonha, e que agora nos colocam em um dos mais altos títulos desejado por um profissional da medicina e que recentemente, em excelente Conferência realizada no Instituto Mineiro de História da Medicina, foi muito bem definido pelo Acadêmico Marco Aurélio Baggio, no conceito de “Felicidade”.
    A Diretoria para o Biênio 2003 – 2004, além dos valores pessoais dos Confrades que a constituem, poderá contar com o apoio e a colaboração dos Membros Natos e Eleitos deste Conselho Superior. Na antecipação das realizações de sua Diretoria, afirmo que uma outra força também será presença constante, contribuindo com sua arte na organização das diversas solenidades, juntamente com o Diretor de Grandes Eventos, a simpática e premiada artista plástica Sra. Nilza, vossa amada esposa, a qual rendemos sinceras homenagens, extensivas aos filhos.
    Com a experiência de Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, onde há várias décadas é Chefe da Cadeira de Técnica Cirúrgica, de Coordenador da Primeira Residência de Angiologia do Hospital Israel Pinheiro do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais – IPSEMG e de Presidente da Comissão Científica desta Diretoria, nossas atividades científicas ficaram enriquecidas com conferências de Acadêmicos e Professores convidados.
    Como Trabalho Científico para ingresso na Academia, nove apresentações foram realizadas pelos Doutores Ênio Cardillo Vieira, João Galizzi Filho, Nicomedes Ferreira Filho, Emílio Bicalho Epiphânio, José de Araújo Barros, já empossados, Cícero de Lima Rena, Geraldo Barroso de Carvalho, Luiz Armando De Marco e Sérgio Danilo Junho Pena, eleitos, agendando datas para suas posses.
    Sob sua Coordenação e da Acadêmica Nívia Nohmi, uma Sessão Cultural sobre a “Arte e sua Influência na Saúde” e também um Ciclo de Palestras sobre os complexos problemas relacionados com a “Iatrogenia”.
    Na Assembléia Geral Ordinária realizada no dia 25 de fevereiro de 2003, ficou aprovada uma nova Láurea para os Membros Eméritos, que são os Acadêmicos com mais de setenta e cinco anos de idade, consistindo na entrega de um diploma alusivo de “Promovido para o Quadro de Membro Emérito”, Sessão Solene de Posse, ou de Aniversário da Academia e no domicílio por comitiva de Acadêmicos, em caso de doença.
    Este ano, é extensivo a todos os Membros Eméritos vivos, e reconhecimento a um passado dedicado às atividades médicas e acadêmicas, que em muito elevaram o conceito da medicina mineira.
    Foram diplomados nesta Sessão Solene de Posse, os Acadêmicos Djalma Passos Veloso, Edmundo Chapadeiro, Francisco Alves dos Reis, Geraldo Guimarães da Gama, Hélio Lopes, João Batista Gontijo Assumpção, Nereu de Almeida Júnior, Geraldo Magela de Abreu Guedes, José Noronha Peres, Marcílio Soares Silva, Milton Rezende Pinto de Figueiredo, Percival da Costa Caldeira, e em suas residências, os Acadêmicos Olavo Gabriel Diniz, Tancredo Alves Furtado e Teófilo Ribeiro Pires.
    Para os Acadêmicos falecidos em 2002, foi realizada a primeira Sessão Solene de Homenagem Póstuma no dia três de dezembro, e que será realizada sempre na primeira terça feira de dezembro, sendo coletiva e com dados biográficos em áudio visual dos saudosos Confrades. Foram homenageados os Acadêmicos Sheila Sherlock, Humberto Oliveira Ferreira, José Bartolomeu Grego, Navantino Alves, Carlos Alberto de Paula e Salles, João Baptista de Resende Alves, Carlos da Silva Lacaz e Jesus Santos, com palavras dos Oradores, também dos familiares e encerrando com uma conferência do Acadêmico Evaldo Alves D´Assumpção, sobre o tema “Imortalidade Acadêmica”.
    Entre os discursos de Homenagem Póstuma, não posso deixar de registrar o dia 09 de fevereiro de 2003, em nome da Academia Mineira de Medicina e da Cruz Vermelha Brasileira Filial de Minas Gerais, na Igreja Cura D´Ars, em missa solene celebrada pelo Revmo. Cardeal D. Serafim e de corpo presente do Revmo. Padre Antônio Sérgio Palombo de Magalhães, último e grande Presidente da Cruz Vermelha Brasileira Filial de Minas Gerais.
    Nas atividades Administrativas, foram realizadas três Assembléias Ordinárias (AGO), Seis Assembléias Extraordinárias (AGE), oitenta e três reuniões de Diretoria, doze Sessões Solenes, além das seis Sessões Conjuntas do Centenário de JK, onze conferências, os ciclos de palestras citados e seis posses de Acadêmicos Titulares, incluindo o Acadêmico Edison Reis Lopes em 21 de junho de 2001, eleito na Diretoria do Presidente Fernando Araújo.
    Esta intensa atividade da Diretoria seria impossível sem o incentivo e presença dos nossos familiares. O sacrifício das horas ausentes, compensadas pelos poucos, mas agradáveis encontros sociais de trabalho, tem o objetivo da valorização do direito paterno, atualmente combalido pela alta necessidade de consumo e oficialmente, pelas leis constitucionais.
    Digo isto em nome de todas as esposas e filhos dos Confrades, que merecem todo o nosso respeito e agradecimento, mas específicos à paciência e o incentivo de mina Cecília, dos nossos filhos, noras, genros, netos, além dos onze irmãos com seus familiares, que em suas vidas prolongadas, acompanham a trajetória desta vida profissional que ainda não terminou.
    Também, para possibilitar as realizações da Academia, houve imperiosa necessidade de atualização do Estatuto e do Regimento Interno, aprovados pela Assembléia Geral Extraordinária do dia 21 de agosto de 2001, estando em vigor no cumprimento de suas normas.
    Nossos agradecimentos ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), pela honrosa homenagem prestada à Academia Mineira de Medicina com uma galeria de retratos dos médicos do IPSEMG que hoje são Acadêmicos, inaugurada no novo ambulatório em 25 de outubro de 2002.
    Registramos e agradecemos as visitas; em 17 de março de 2002 do Acadêmico Lúcio Antônio Prado Dias, Presidente da Academia Sergipana de Medicina; em 25 de outubro de 2002, do Acadêmico Cláudio Chaves, da Academia Amazonense de Medicina e atual Presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina (FBAM), que participou na qualidade de Convidado, da posse do Acadêmico Nicomedes Ferreira Filho.
    Reafirmamos aqui a gratidão ao Patrocínio da Unimed BH para os Anais e às Doações de Credicon e Mate Couro S.A.
    Impossível definir em palavras, o significado da Associação Médica de Minas Gerias em nossa segurança acadêmica, com os Presidentes Dr. José Guerra Lages e Dr. Castinaldo Bastos Santos, funcionários e funcionárias, inclusive cedendo para nossa Secretária, a Sra. Débora de Araújo Morais, além de espaço no Jornal, assistência Contábil e Jurídica.
    Agradeço ainda, aos Membros da nossa Diretoria e a todos os confrades e confreiras que contribuíram de alguma forma para o êxito de nossas atividades e que procuraram acompanhar a evolução da tecnologia em seus diversos trabalhos científicos, ou com suas presenças nas Reuniões, Sessões Solenes e Assembléias convocadas. Em especial, aos do interior que no limite de suas possibilidades, estiveram presentes, como o Acadêmico José Carneiro Gondim de Juiz de Fora, e os Acadêmicos João Antônio Meira e José Aristeu de Andrade, ambos de Diamantina.
    A freqüência do Acadêmico pode ser comparada ao volume de sangue circulante nas artérias e veias. Sua alteração pode levar a uma grave trombose e embolia, incompatível com a vida e sendo, portanto oportuna, a Presidência de um médico especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular, com capacidade para diagnosticar e tratar as áreas isquêmicas de nossa entidade.
    Assim, a ausência e a inadimplência, nos retornam aos Fundadores que nas palavras de Pedro Salles, já definiam o sentido prático das reuniões e a vaidade exteriorizada pela qualificação de “imortais” atribuída aos Acadêmicos: “Ninguém se pretende imortal pessoalmente: a imortalidade está no ideal que as Academias de Medicina perseguem, o ideal da cultura e do aprimoramento. Nelas há o culto da tradição, o reconhecimento da experiência e também há renovação sendo portanto, mais um motivo de confraternização, um degrau a mais no espírito associativo da classe, não se entregando a uma aposentadoria puramente contemplativa”.
    Desejando saúde e tranqüilidade para toda essa ilustre Diretoria que ora se empossa e inicia suas Atividades em um dos mais terríveis momentos para a humanidade, encerro este pronunciamento, com o dizer de Hilton Rocha:
    “Enquanto os corações pulsarem, vitalidade haveremos de transfundir.
    Obrigado.
    Jairo Carvalhais Câmara
    Presidente