Zoroastro Vianna Passos
É o patrono da Cadeira 65.
Em Sabará, Província de Minas Gerais, no dia 08 de setembro de 1887 nasceu Zoroastro Vianna Passos, filho de Américo Ferreira Passos de Maria Antonia Vianna Passos.
Iniciou seus estudos em sua cidade natal, no colégio Azeredo, aos seis anos de idade, e neste concluí os cursos, primário e secundário.
Foi para a Capital do País e lá fez o exame vestibular para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1905.
Concluiu o curso médico, em 1910, apresentando a tese: “Estudo Clínico da Fadiga”, sendo aprovado com distinção e recebendo o título de doutoramento em medicina.
Retornou para Minas Gerais e iniciou as suas atividades médicas em Bonfim do Pomba, distrito de Santos Dumont, hoje cidade de Aracitaba, onde permaneceu por pouco tempo.
Transferiu-se para Sete Lagoas, onde exerceu a cirurgia no Hospital Nossa Senhora das Garças.
Competente, desfrutou de elevado conceito, sendo impelido pela política local ao cargo de Presidente do Conselho, portanto, de Agente Executivo (Prefeito) do Município.
Na função de Prefeito empregou esforços para o desenvolvimento da cidade, criando um Hospital de Caridade e uma Escola Operária Noturna.
Como médico da Estrada de Ferro Central do Brasil, prestava atendimentos aos funcionários da ferrovia.
Fez uma brilhante carreira Universitária. Ainda morando em Sete Lagoas, candidatou-se uma Docência-livre a uma Docência-livre na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte e, em 1918, seu nome já constava no quadro de professores.
Viajou para a Europa com a finalidade de estudar e estagiar em hospitais da Alemanha, Bélgica, França e Portugal, permanecendo lá por aproximadamente um ano.
De volta ao Brasil dirigiu-se a Sabará, onde instalou consultório, passando a trabalhar também na Santa Casa de Misericórdia da cidade, tendo prestado relevantes serviços a esta instituição no setor profissional, assim como na administração. Fez parte da Comissão Construtora encarregada dos melhoramentos físicos, dando modernidade ao hospital. Foi agraciado com o Diploma de “Irmão Protetor do Nosocômio”, e Sócio-benemérito, pelos serviços médicos gratuitos, dedicados aos enfermeiros internados naquela Casa.
Em fevereiro de 1920, foi empossado como Livre-docente na Cadeira de Clínica Cirúrgica e, em 1921, como Professor substituto de Clínica Cirúrgica e Clínica Pediátrica Cirúrgica após defesa de tese intitulada: “Entorno de dois casos de apendicite”.
Muda-se para Belo Horizonte em 1922 e instala um consultório de Clínica Urológica, com moderno aparelhamento.
Foi promovido a Catedrático em agosto de 1924, tomando posse no dia 17 na Cadeira de Clínica Cirúrgica, na qual lecionou por sete anos. Foi um dos professores que mais lutou pela Federalização da Faculdade em 1927.
Em abril de 1931, tomou posse na Cátedra de Clínica Urológica.
Atuou também como tesoureiro e membro de Conselho Técnico-Administrativo da Faculdade e do Conselho da Universidade de Minas Gerais. Presidiu a Cruz Vermelha Brasileira, seção de Minas Gerais, de 1935 a 1942.
A excelente didática e a competência profissional foram méritos que o levaram a ser escolhido como paraninfo da turma de 1935 e a ser homenageado por diversas turmas seguintes.
Foi admitido como major-médico da Força Pública de Minas Gerais em 1925 e, no seguinte, foi nomeado Diretor do Hospital Militar, cargo que exerceu por vários anos.
Dirigiu a Inspetoria Geral de Assistência Hospitalar e de Alienados e promoveu melhorias no Hospital Nossa Senhora das Graças de Sete Lagoas, na Santa Casa de Sabará, no Hospital São Vicente de Paulo, onde construiu m pavilhão modelar, e no Hospital Militar, ampliando suas instalações.
Ocupou o cargo de Conselheiro da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira S.A.
De Inteligência privilegiada e em função da notabilidade, pronunciou inúmeras conferências, abordando temas do interesse em assistência hospitalar.
Além dessas atividades, produziu vários trabalhos literários e de artes ciências que lhe permitiram a entrada como membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais e da Academia Mineira de Letras.
Este ilustre sabarense resgatou a história da sua cidade com duas obras: “Notícias histórica da Santa Casa de Sabará” e “Em torno da História de Sabará”. Formou discípulos de renome e exerceu a medicina com aplicação científica e retidão de caráter.
Faleceu em 05 de setembro de 1945 aos 58 anos de idade
Texto: Christobaldo Motta de Almeida