JESUS SANTOS
Vindo de Patrocínio, após seus estudos secundários no Colégio “Dom Lustosa”, onde foi secretário e vice-presidente do Grêmio Literário “São Luiz”, em Patrocínio. Auxiliar de composição (tipos de caixa) e redação do jornal “O Ideal”, onde também escrevia. Tornou-se mestre escola particular em Patos de Minas. Veio para BH em 1939, onde ingressou no Curso Pré-Médico. Prestou vestibular e ingressou na FMUFMG, em 1941. Concursado como escriturário do Ministério do Trabalho. Iniciou carreira como plantonista dos sanatórios Imaculada Conceição e Hugo Werneck e posteriormente transferiu-se para Santos Dumont onde trabalhou como tisiologista do Sanatório de Palmira.
Retornando a Belo Horizonte, em 1957, reassume funções no Ministério do Trabalho, onde é promovido por concurso no DASP a Médico do Trabalho da DRT/MG e logo Chefe de Secção de Medicina do Trabalho da Divisão de Segurança e Medicina do Trabalho da Delegacia Regional de Minas Gerais.
Sua luta foi árdua e desde cedo trabalhava para se sustentar, quer como vendedor, disciplinário de colégio ou professor em aulas particulares ou mesmo de cursos, inclusive enfermagem.
Grande conhecedor da língua portuguesa desde cedo se inspirou nos dotes literários, quer no ginásio ou então mais tarde como revisor do jornal Diário da Tarde, ou mesmo na Faculdade no jornal acadêmico pH-7 que ajudou a fundar.
Como tisiologista foi secretário e Presidente da Associação Mineira de Tisiologia e Vice-Presidente do Congresso de Tuberculose de 1968 em Belo Horizonte. Trabalhou ao lado de especialistas eméritos como Paulo de Sousa Lima, Mário Pires, Orlando Cabral Mota, Bayard Gontijo, Mário Vaz de Melo e Francisco Raya Ibañez,
No INAMPS, foi médico do Hospital Júlia Kubistchek, Diretor do Hospital Alberto Cavalcante e médico do ex-INPS.
Manteve durante anos, desde 1962, coluna educativa no jornal “Estado de Minas”, versando sobre higiene, segurança e medicina do trabalho.
Na Medicina do Trabalho foi pioneiro nacional e fundador do departamento na AMMG, onde foi sustentáculo, divulgador, homem dos contatos e que contribuiu decisivamente para transformar o departamento em Associação Mineira que presidiu por duas vezes. Participou em 1977 da promoção e organização do I Congresso da Associação Nacional de Medicina do Trabalho em São Bernardo do Campo, São Paulo, tendo sido Secretário-Geral do II Congresso, em Belo Horizonte.
Jesus Santos se manteve sempre ao lado de Oswaldo Paulino, Diogo Pupo Nogueira, René Mendes e Adauto Valle Motta, entre muitos outros, na pregação do ideal de Ramazzini, sobre a necessidade da mão-de-obra hígida, indispensável ao desenvolvimento agropecuário e industrial do país. Recebeu duas comendas. Medalha e diploma do Ministério do Trabalho pelo pioneirismo em prevenção de acidentes; certificado e medalha comemorativas do Congresso Pan-Americano de Medicina do Trabalho em Santos, SP.
Auxiliou na organização do I Congresso Nacional da especialidade e atuou como secretário do II Congresso.
DISCURSO DE SAUDAÇÃO DO DR. TANCREDO ALVES FURTADO QUANDO DA POSSE DO ACADÊMICO JESUS SANTOS – 20/06/1982
Perfil de Jésus Santos escrito pelo poeta e jornalista Felix Fernandes Filho quando de sua formatura em 1946:
Alto, moreno, esguio, magro, “fino”
Estudante que estuda e que moureja.
Lutou para estudar desde menino,
Mas venceu, com talento, árdua peleja
Funcionário, estudante, jornalista.
Saiu-se em tudo com facilidade.
Tem uma veia forte de humorista,
Que há seis anos faz rir a Faculdade.

Formado agora deixa um bom emprego,
Troca o “dolce far niente” do sossego
Pelo “divinum opus” de curar.

E o doente que o tem à cabeceira,
Há de salvar-se de qualquer maneira:
Tem Jesus… Santos, se a injeção falhar.