Evandro da Fonseca Barros
É o patrono da Cadeira 1.
Evandro da Fonseca Barros nasceu em Brazópolis, em Minas Gerais, no dia 07 de agosto de 1909, filho do Professor Álvaro Ribeiro de Barros e de Noêmia da Fonseca Barros.
Morou na cidade fluminense de Campos, até que aos quatros anos de idade a família se mudou para Belo Horizonte, pois o seu pai, doente, buscava tratamento. Nesta cidade o Prof. Álvaro foi convidado a reger uma Cadeira na Faculdade de Medicina, aí permanecendo, por quase 10 anos, nessa atividade.
Falecendo o Prof. Álvaro, em 1922, retorna a Campos, aos 13 anos, em companhia do seu tio e tutor José Ribeiro de Almeida Barros Filho.
Em Campos, prestou exames no Liceu de Humanidades.
No ano de 1929, aos 19 anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, onde se diplomou médico em 1934.
Na condição de melhor aluno da sua turma foi laureado com o Prêmio “Oswaldo Cruz” e recebeu como recompensa, o Tratado de Anatomia Patológica de Aschoff, em alemão.
Durante a vida acadêmica, trabalhou na Imprensa Oficial de Minas Gerais, para custear seus estudos.
Foi interno do Instituto do Radium e auxiliar acadêmico do Instituto Ezequiel Dias.
Após sua formatura, foi promovido a Chefe de Laboratório deste último Instituto. Atuou como monitor e Assistente da Cadeira de Fisiologia da Faculdade de Medicina da U.M.G e como Chefe do Laboratório de Anatomia Patológica no Instituto Neuro-Psiquiátrico Raul Soares, cujo edificação foi coordenada pelo Professor Álvaro de Barros, seu pai.
Era membro da Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, da Sociedade de Anatomia Patológica Alemã, da Academia de Ciência de Minas Gerais e da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal de Belo Horizonte.
O serviço de necropsias da Disciplina de Anatomia Patológica, na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, contou com a participação do Dr. Evandro, até o ano de 1936, tendo assinalado a sua constante presença de registros.
O Governo do Estado de Minas Gerais patrocinou o seu aperfeiçoamento em Anatomia Patológica, em São Paulo, onde ele trabalhou de agosto 1937 a agosto de 1938, com o Prof. Walter Büngeler, da Cátedra de Anatomia e Fisiologia Patológicas, da Escola Paulista de Medicina.
Produziu os seguintes trabalhos:
1“ A classificação da Lachesis inaequalis” Magalhães – 1922 Anais da Faculdade de Medicina da UMG.
2 “As biópsias”; Comunicação apresentada à Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal de Belo Horizonte – 1938.3 “Contribuição ao conhecimento da hipersensibilidade ao veneno ofídico”. Brasil – Médico – 1936.
4 “Hipersensibilidade ao veneno dos marimbondos” Brasil – Médico – 1937.
5 “Regras de Biópsias” – Brasil – Médico – 1937.
6 “Aspectos anátomo-patológicos do sistema nervoso central na intoxicação escorpiônica” – O Hospital – 1927.
7“Contribuição ao conhecimento das lesões nervosas centrais provocadas pelo veneno dos escorpiões”. Tese de doutorado – 1937.
8 “O quadro clínico da intoxicação escorpiônica”. O Hospital – 1938.
9“O papel da morfologia no ensino médico” (Em colaboração com o Prof. Walter Büngeler). O Hospital – 1938.
10“Carcinoma pulmonar com revestimento epitelial dos alvéolos”. O Hospital – Brasil 1938.
11 “Beitrag zur Kenntnis der Skorpionvergiftung” Virchow’s Arch f. path. Anat. n.. Phys Sonderdruck – 1939.
Segundo o professor Büngeler, o Dr. Evandro era pesquisador singular, tendo também aprendido alemão rapidamente. Providenciou-lhe então, em fins de 1938, uma bolsa da Fundação Humboldt, a fim de ter mais um assistente estrangeiro, no Instituto de Patologia de Berlim, ocasião em que o convidou a trabalhar com o Prof. Roessle. Ele tornou-se o único assistente estrangeiro que tinha o direito de fazer necropsias e acrescentar relatórios ao Professor da Cadeira.
Lá ficou até a morte prematura, em junho de 1939.
Por onde passava p Dr. Evandro sempre deixava a marca de uma pessoa privilegiada.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida