Carlos Martins Teixeira
É o patrono da Cadeira 84.
Nasceu Carlos Martins Teixeira, filho de Raul Teixeira da Costa e de Ana Martins Teixeira, no dia 21 de julho de 1905, no antigo arraial de Matozinhos, subordinado ao município de Santa Luzia do Rio das Velhas, hoje emancipado com o nome de Matozinhos, em Minas Gerais.
Concluiu o curso primário e iniciou o secundário na Academia de Comércio de Juiz de Fora. Transferiu-se para Belo Horizonte, prosseguindo nos estudos.
Com o objetivo de estudar medicina foi para o Rio de Janeiro em 1926 e passou nos exames do Colégio Pedro II, o que lhe permitiu entrar para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Durante o curso médico, seu pai faleceu, obrigando-o a procurar emprego para continuar os estudos. Começou a trabalhar na Chefia de Polícia, o que contrariava seu temperamento de pessoa serena.
Diplomou-se médico em 24 de outubro de 1931.
Chamado para atender o ex-ministro Pandiá Calógeras, que estava passando mal, atuou com presteza e eficácia, restituindo a saúde do conhecido homem público. Tornou-se médico da família e recebeu elogios do seu mestre, Professor Miguel Couto.
Clinicou por curto período no interior de Minas Gerais. Voltou para o Rio de Janeiro, assumiu o cargo médico-sanitarista no Ministério da Agricultura e passou a atender a clientela no seu consultório particular.
Além de publicar trabalhos técnicos de repercussão nacional, submeteu-se ao aprendizado na área de Endocrinologia, com o Professor Berardinelli, durante aproximadamente dois anos.
Possuía uma perceptível preocupação com a atualização e ampliação dos seus conhecimentos médicos.
No ano de 1936 esteve em visita a Santa Luzia por alguns meses, o que lhe deu o desejo de atender à população carente com dedicação e espírito misericordioso, nada recebendo em troca, e cinco anos mais tarde repetiu esse procedimento. Foi recompensado com prestígio e a gratidão que o povo lhe devotou.
Efetivado, após concurso, no cargo de médico-sanitarista em 1939, transferiu-se em seguida para Belo Horizonte. Durante a Segunda Grande Guerra (1939 – 1945) fez um curso de Especialização no Exército Brasileiro, recebendo a patente de 1º Tenente-Médico.
Recebeu convite do Ministério do Trabalho para participar da Comissão Especial Interministerial que elaboraria o anteprojeto de regulamentação do trabalho nas minas extrativas do Brasil. Como resultado, apresentou um Plano de Serviço e Regulamentação para Fiscalização Higiênica das Minas.
Em 1953, recebeu o Ministério do Trabalho Diploma e Medalha do Mérito pelos relevantes serviços prestados à causa da prevenção de acidentes no trabalho.
Exerceu a chefia da Clínica Endocrinológica do Hospital da Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, além das seguintes atividades: Professor de Dietética e Nutrição da Escola de Enfermagem Hugo Werneck; assistente clínico da 3ª Clínica Cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte; chefia do Serviço de Nutrição da Santa Casa e Hospitais Anexos; Diretor da Maternidade Odete Valadares, chefia da IV Clínica Médica de Mulheres da Santa Casa e Chefe do Serviço Médico na construção da Usina Hidrelétrica de Três Marias em Minas Gerais.
Durante dois anos prestou serviços gratuitos às famílias dos ex-pracinhas combatentes da segunda Grande Guerra.
Deixou cerca de vinte trabalhos publicados, em vinte anos de atividades, sobre Nutrição, Endocrinologia e Medicina do Trabalho (área da extração e da produção), o que lhe deu projeção nacional.
Em Portugal, foi condecorado com o grau de Comendador de Ordem de Instrução Pública.
Amigo do colega Juscelino Kubitscheck e médico de sua família, plenamente realizado na profissão, acompanhou o Governador e Presidente da República, que não prescindia dos seus cuidados, convocando-o sucessivas vezes ao Palácio da Liberdade e, posteriormente, ao da Alvorada.
Recebeu a “Medalha de Ouro” da instalação do governo da República em Brasília.
Mesmo após o término do governo, acompanhou o ex-Presidente em viagem à Europa e na campanha política para senador por Goiás.
Voltou a Belo Horizonte, onde continuou suas atividades nos Hospitais Odete Valadares e Vera Cruz.
Faleceu subitamente, em sua residência, no dia 16 de fevereiro de 1967.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida