Eurico de Azevedo Vilela
É o patrono da Cadeira 48.
Nasceu Eurico de Azevedo Villela, no dia 10 de setembro de 1882, em Terezópolis, na Província do Rio de Janeiro. Era filho de Tomé de Andrade Villela e de Maria Azevedo Villela.
Fez o curso secundário no Ginásio de Barbacena, em Minas Gerais, sempre com as melhores notas.
Diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1904. Sua tese de doutoramento foi: “Contribuição ao estudo do escorbuto no Brasil”.
Estagiou no Laboratório Anátomo – Patológico do Hospício Nacional de Alienados em 1904/1905, indo em seguida para o interior do Estado de São Paulo, onde permaneceu por cinco anos.
Em 1909, volta para o Rio de Janeiro, onde inicia uma brilhante carreira científica. A convite de Oswaldo Cruz, em 1912 vai trabalhar no Instituto de Manguinhos. È também nomeado Comissário de Higiene da Prefeitura do Distrito Federal, trabalhando até 1912 neste cargo.
De 1912 a 1914, exerce a medicina como membro da Comissão de Estudos da Doença de Chagas, em Lassance, em Minas Gerais.
Chega em Belo Horizonte em 1915, nomeado médico da filial da Fundação Oswaldo Cruz da cidade, onde permanece até 1918, período em que inaugura a produção dos soros anti-ofídico e anti-escorpiônico.
No dia 04 de fevereiro de 1917, é empossado substituto de Patologia Geral e provida a Cátedra, então vaga, na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
Inicia a fabricação de quinino na Fundação Oswaldo Cruz, em 1918, e torna-se assistente do Professor Carlos Chagas na Direção do Departamento Nacional de Saúde em 1920.
Funda o Hospital do qual é o primeiro diretor, o D. Pedro II, no Distrito Federal, em 1920 e, nesse mesmo ano, organiza a Escola de Enfermagem Ana Neri.
Instala e dirige o Hospital São Francisco de Assis, onde foi Chefe do serviço Clínico de 1920 a 1922 e, neste último ano, chefia a Clínica do Hospital Geral de Assistência do Departamento Nacional de Saúde Pública.
Vai a Estrasburgo, em 1923, como membro da Delegação Brasileira a Exposição Científica e Industrial de Higiene.
É nomeado Diretor da Filial da Fundação Oswaldo Cruz em Belo Horizonte, em 1924, e Diretor do Hospital São Francisco de Assis em 1927.
Em 1928, é eleito membro da Academia Nacional de Medicina.
Volta ao Rio de Janeiro, em 1940, como Diretor do Hospital de Doenças Tropicais do Instituto de Manguinhos e do Curso de Saúde Pública do Departamento Nacional de Saúde.
Recebeu a “Ordem do Mérito Médico” no grau de “Grande Oficial”, em 1957, e a medalha “Carlos Chagas”da Universidade de Minas Gerais.
Quase todas as suas numerosas publicações referem-se à Doenças de Chagas, que estudou sob vários ângulos, em suas pesquisas não somente quanto às manifestações clínicas e epidemiológicas, mas também com investigações de laboratório no que tange às lesões histopatológicos.
Em alguns dos seus trabalhos teve por co-autor colegas como o Carlos Chagas, C.Bicalho, Margarino Torres, H. Rocha Lima, Eudoro Villela e Emanuel Dias.
Duas referências, a seu respeito, merecem ser transcritas:
a) De Carlos Chagas: “É um dos melhores nomes da Escola de Medicina Experimental, criada pelo grande Oswaldo Cruz. E não o obscurecem, no conceito dos que sabem apreciar, com justiça, o esforço e a capacidade produtiva, nem o silêncio do seu labor infatigável nem o recato de sentimentos morais que o desviam cauteloso da fama, e o afastam da exteriorização de raros predicados profissionais, que o nobilitam”.
b) De Mário Mendes Campos: “Tal foi o médico de admirável formação técnica e cultural e tal foi o homem que soube dignificar a dádiva divina da existência”.Faleceu em 08 de março de 1962.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida