Samuel Libânio
É o patrono da Cadeira 41.
Nasceu Samuel Libânio no dia 29 de agosto de 1881, em Pouso Alegre, na Província de Minas Gerais.
Estudou no Colégio São Bento, em São Paulo.
Fez o curso de Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, vindo a conclui-lo em 1904 e a diplomar-se, com a tese: “Pneumonia Vera”.
Enquanto estudava, em 1899, foi nomeado amanuense na Recebedoria de Minas Gerais, no Rio de Janeiro.
Em 1906, procede a vacinação contra a varíola, em Tambaú, São Paulo.
É nomeado, em 1907, para orientar os trabalhos de higiene e assistência médica numa região em que a civilização começava a penetrar, no Alto Purús, em um dos municípios mais isolados do Brasil, no Território do Acre, na divisão com o Peru, e ali presta grandes serviços à causa pública, na qualidade de Médica Diretor da Higiene e da Prefeitura de Alto Purús.
Organizou a instalação da cidade de Sena Madureira, no mesmo território, conforme a organização territorial e política da época.
Na data de 20 de outubro de 1910 é nomeado médico auxiliar à Diretoria de Higiene do Estado de Minas Gerais e Diretor Geral, em 30 de outubro de 1917. Nesse período, presta serviços no interior (Uberaba) tendo a seu encargo o serviço de profilaxia de Belo Horizonte combatendo endemias e surtos epidêmicos de difteria, manifestações à grupo coli-tífico, da úlcera tropical, da varíola e varicela. O seu trabalho no grande epidêmico da gripe de 1918 mostrou a sua capacidade de liderar, criar métodos, resolver e agir.
Em 1911, elaborou a tese “Pneumonia Vera” de grande repercussão no meio médico de Belo Horizonte.
Construiu o Desinfetório e o Hospital de Isolamento. Criou os Hospitais Regionais de Pirapora, Patos de Minas, Viçosa e Pouso Alegre, elaborou o Regulamento Sanitário; estabeleceu planos de combate à Lepra e de saneamento rural.
Contribuiu para a construção do Leprosário Santa Isabel, foi um dos fundadores, em 1929, do Sanatório Belo Horizonte, para tuberculose, no qual veio a ser diretor.
Como um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, assinou a ata da fundação em 1911 e fez parte da Banca examinadora dos novos professores. Em 1912, foi empossado como Professor da 2ª Cadeira de Clínica Médica e, como seu titular, instalou anfiteatro, laboratório e aparelhagem de Raio X, anexos à enfermaria, a qual ele regeu até 1924. Em 1925 assumiu a nova Cadeira de Medicina Tropical, deixando a anterior. Lecionou também Propedêutica Medica.
Em 1941, transfere-se para o Rio de Janeiro ao ser nomeado Diretor de Serviço Nacional de Tuberculose. Estruturando-o em novas bases, iniciou um inquérito tuberculínico-torácico e através da abreugrafia mostrou os índices alarmantes da doença no Brasil. Foi Diretor Geral de Higiene e Saúde Pública.
Atuou como Secretário de Saúde e Assistência do Distrito Federal por dois períodos. No Rio de Janeiro recuperou o Hospital Pedro Ernesto e instalou o Instituto de Cardiologia.
Foi membro do Conselho Nacional de Educação e um dos promotores da criação da Universidade Federal de Minas Gerais, membro honorário da Academia Nacional de Medicina e Titular da Ordem do Mérito Médico.
Representou o Brasil no Congresso Internacional de Medicina de Buenos Aires em,1916 e no Congresso Internacional de Malária em Roma, no ano de 1925.
Entre outros trabalhos publicou “Pneumonia do Rio de Janeiro” e “Profilaxia da malária”.
Foi patrono dos médicos formados na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, em 1930, sendo saudado por Guimarães Rosa, orador da turma.
Recebeu o título de membro da Sociedade Brasileira de Tuberculose e do American College Chest Physician dos Estados Unidos da América do Norte.
Coragem, idealismo, competência e realização resumem as características de Samuel Libânio, o modesto sanitarista e homem de ciência.
Em 02 de setembro de 1969, falece Samuel Libânio, o último remanescente do grupo de fundadores da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida