Augusto Gomes Freire de Andrade
É o patrono da Cadeira 78.
Nasceu Augusto Gomes Freire de Andrade no terceiro dia do mês de janeiro de 1865, na cidade de Mariana, na Província de Minas Gerais, sendo seus pais Antônio Gomes Freire de Andrade (vulgo “Totó Barão”) e Maria Augusta Lebet Freire de Andrade.
Órfão de pai na infância coube-lhe à mãe viúva, por decisão judicial, o ônus de educá-lo. Seus estudos propedêuticos foram realizados no Seminário de Mariana. A seguir, freqüentou o Lyceu na vizinha cidade de Ouro Preto, onde fez os exames das matérias exigíveis para a admissão à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, distinguindo-se na aprovação.
Trabalhou na corte imperial como jornalista, enquanto ainda era acadêmico de Medicina. Tendo ganhos insuficientes, conseguiu empréstimo bancário para suprir seu sustento e o de sua genitora, amortizando-o depois de formado. Talvez seja o primeiro caso de crédito educativo (Financiamento estudantil – FIES) no Brasil.
Durante o curso médico obteve dezesseis distinções e muitos elogios de seus mestres. Concluiu o curso médico em 1887 e colou grau em janeiro de 1888, sendo escolhido orador da turma na solenidade em que estavam presentes suas Altezas Imperiais D. Pedro II e Dona Thereza Cristina.
Em 21 de maio de 1890 apresentou a tese de doutoramento “Raiva hydrophobica” na qual tece apreciações sensatas sobre o método de Pasteur, e afirma que a “profilaxia da raiva está definitivamente estabelecida”.
Ardoroso republicano recusou uma cadeira de deputado quando estava no quarto ano de medicina. Em 1888 assina o Manifesto Republicano de Ouro Preto.
Foi vereador, Presidente da Câmara Municipal, Deputado à Constituinte Estadual e Deputado Estadual no período de 1891 a 1895, além de Senador Estadual de 1907 a 1918 e, depois, Deputado Federal.
Fundou o jornal “Rio Carmo”, sendo substituído posteriormente pelo “Germinal”. Fundou também a Sociedade Musical “XV novembro” e o 1º grupo escolar da cidade, do qual era patrono.
Por Cícero Ferreira, fundador da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, foi convidado a ocupar uma cadeira, mas declinou.
Era Catedrático da Escola de Farmácia de Ouro Preto.
Dele foi dito: “Como médico ninguém o excedeu na prática da caridade pela compreensão altamente humana que tinha da sua nobilitante missão”. Exerceu a profissão com dignidade por mais de 50 anos.
Faleceu em Belo Horizonte no dia nove de fevereiro de 1938.
Em Mariana, onde nasceu, prestaram-lhe homenagens, dando o seu nome à principal praça da cidade, na qual lhe erigiram um busto.
Várias solenidades marcaram o centenário do seu nascimento, lembrando o filho emérito, político brilhante e médico que ele foi.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida