Claudia Fonseca Pereira
Ocupa a Cadeira 51, de 16/11/2018.
A Fisiatria recebe, com grata satisfação, a notícia da nomeação de uma das suas mais ilustres “filhas” como membro da Academia Mineira de Medicina. A Dra. Cláudia Fonseca Pereira foi empossada no dia 16 de novembro desse corrente ano de 2017 e passa a ser acadêmica titular da cadeira nº 51. Como já dizia o saudoso acadêmico Dr. Hilton Rocha: “Ser Acadêmico não é ser escritor, nem poeta. Mas é ser médico. Integrado na profissão havido vivido os seus dramas, as suas incertezas, suas habilidades, suas batalhas, a sua grandeza e as suas emoções”.
E, para quem conhece a Dra. Cláudia, bem sabe da sua competência, do seu empenho diário e da forma incansável com que exerce o seu ofício de médica Fisiatra. Sabe ainda, que além das habilidades técnicas, é dotada de um senso humanitário e enorme sensibilidade afetiva que são capazes de reconhecer o sofrimento humano e cuidar dele com zelo e dedicação. Segue, com brilhantismo, os passos do seu saudoso pai, o notável Dr. Gilberto Fonseca, um dos pioneiros da Medicina Física e de Reabilitação no Brasil e um dos fundadores do Hospital Arapiara em Belo Horizonte, Minas Gerais. Certamente, não só a herança genética, mas também o comportamento exemplar de um homem íntegro e comprometido com a causa daqueles excluídos e segregados a uma vida de menor valor foram as inspirações recebidas pela Dra. Cláudia. Desde a época da sua residência médica, no Hospital Arapiara nos anos de 1991 e 1992, vem trilhando com bravura e afinco um caminho árduo e de muitas dificuldades em prol de um maior reconhecimento da Fisiatria, tanto nos meios acadêmico como político. Trabalha incansavelmente junto com outros nomes de expressão dentro da Fisiatria nacional na elaboração de estratégias que visam consolidar e regulamentar as leis de inserção social e de mais igualdade para os deficientes físicos. Foi preceptora da residência médica do Hospital Arapiara, e, desta maneira, contribuiu enormemente para a formação acadêmica de tantos outros médicos fisiatras, que assim como eu, se espelharam na sua postura ética. Lembrando aqui o grande médico e escritor Guimarães Rosa, em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, disse que “o afeto propõe fortes e miúdas reminiscências”. E, por isso mesmo, num momento de tamanha alegria e gratidão, não há como esquecer que a vida da gente é, sobretudo, permeada de bons exemplos, de pessoas que constroem as suas histórias e nos deixam um legado de que o trabalho feito com amor nunca morre e sobreviverá ao tempo através daqueles que conquistamos. Portanto, “fino, estranho, inacabado, é sempre o destino da gente”, que se perpetua infinitamente e nos faz imortal. Parabéns, Dra. Claudia, o seu trabalho não é em vão e ele ficará gravado eternamente em seus pacientes, em seus colegas, em seus amigos e em seus familiares. O título, que ora recebe, consolida os anos de dedicação à Medicina Física e de Reabilitação, com a certeza de que os seus esforços continuarão em benefício dessa especialidade e dos muitos seres humanos em sofrimento que buscarão seu auxílio. A Academia Mineira de Medicina ganha um membro titular da qual se orgulhará muito, assim como a Fisiatria sempre se orgulhou e assim como todos nós que a conhecemos nos orgulhamos imensamente e nos irmanamos, neste momento, num grande e afetuoso abraço.