José dos Reis Cotta
É o patrono da Cadeira 97.
Em 26 de outubro de 1890, na fazenda do Monte Alegre, no distrito de Barra Longa, na época município de Ponte Nova, hoje cidade, no Estado de Minas Gerais, nasce José dos Reis Cotta, filho de Manuel dos Reis Cotta e de Claudina Carneiro Cotta.
Coincidentemente, no mesmo dia pousava na fazenda o médico neurologista francês Chapot Prevost, que estava a caminho de Ouro Preto.
Pediu para ver o recém-nascido, e vaticinou: este menino vai ser médico!
No distrito de Saúde, na época município de Mariana, hoje cidade de Dom Silvério, onde morava a família, iniciou seus estudos primários com um professor particular. Deu continuidade aos estudos na Escola Norma da vizinha cidade de São Domingos do Prata, diplomando-se em 1903.
Em 1904 foi estudar no Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens (Colégio do Caraça), distante da sua casa o equivalente a dois dias de viagem a cavalo. Terminou os estudos em 1908.
Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1909 com facilidade, devido à qualidade do ensino do Colégio do Caraça, à inteligência e à prodigiosa memória do aluno.
Estudante exemplar, disciplinado, conquistou a administração e amizade do mestre Rocha Vaz, de quem foi interno.
Colou grau em 1914, defendendo tese sobre “A semiologia da base do Tórax”.
Voltou para Minas Gerais, mais precisamente para o distrito de Saúde, hoje cidade de Dom Silvério, que amava como se sua terra natal fosse, e ali exerceu a profissão de 1915 a 1924.
Além do respeito e das amizades, ali deixou a marca de um sanitarista, criando o serviço de água encanada no lugarejo.
Transferiu-se, em 1924, para Ponte Nova, cidade próxima àquela onde nascera. Conhecedor profundo da Semiologia Médica tornou-se referência entre os colegas do Hospital Nossa Senhora das Dores, onde se dedicava de corpo e alma ao exercício da medicina. Em Ponte Nova exerceu a profissão por mais tempo do que em Saúde.
Irradiava simpatia e bondade. No trato com os enfermos era abnegado, paciente e caridoso, segundo o testemunho daqueles que o conheceram.
Sua presença era um exemplo para os médicos recém-formados, e desta forma empregou a sua energia e os seus conhecimentos médicos em prol da população de Ponte Nova e de Dom Silvério.
Era um hábil político, foi vereador e ocupou a Presidência do Legislativo pontenovense. Foi Prefeito por duas vezes, de 1948 a 1951 e de 1955 a 1959.
Faleceu no dia 16 de março de 1967.
É o nome de uma rua em Ponte Nova, como homenagem dos seus amigos.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida