Francisco de Paula Magalhães Gomes
É o patrono da Cadeira 66.
No dia 14 de janeiro de 1869, nasce em Ouro Preto, Província de Minas Gerais, Francisco de Paula Magalhães Gomes, filho de Domingos Magalhães Gomes e de Amélia Augusta de Magalhães Gomes.
Seus estudos de humanidade foram realizados no Liceu Mineiro em sua cidade natal, tendo-os terminado em 1886.
Matriculou-se a seguir na Escola de Farmácia da mesma cidade, diplomando-se farmacêutico em 1889.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, com a finalidade de continuar os estudos na Faculdade de Medicina, doutorou-se médico em 04 de janeiro de 1895 com a tese: “As leguminosas do Estado de Minas Gerais”.
Submeteu-se a concurso para Preparador e Lente Substituto da Escola de Farmácia de Ouro Preto, tendo sido nomeado para o cargo em março de 1892. Em junho de 1895 foi nomeado Catedrático de Química Orgânica e Biológica. Em 1901 ficou em disponibilidade devido à nova regulamentação da Escola, que extinguiu a referida Cadeira. Inscreve-se no concurso para Lente de História Natural do Ginásio de Campinas (Colégio Culto à Ciência) no Estado de São Paulo. Classificando-se em primeiro lugar, assume o cargo em agosto de 1901 nesse ginásio, em que exerce, também a função de Diretor.
Retorna a Ouro Preto em 1905, após exonerar-se do cargo que exercia no Ginásio de Campinas, e recusa a transferência que lhe foi oferecida para o Ginásio de São Paulo, na Capital do Estado, assim como a Cátedra de Química na Faculdade de Medicina daquela cidade.
Começa a exercer as especialidades médicas de Ginecologia e Obstetrícia e o magistério na cidade onde nasceu, mas, em dezembro de 1906, é nomeado professor de História Natural de Escola Normal de Belo Horizonte, para onde se muda em janeiro de 1907, lecionando nessa escola até abril de 1930.
Em 1912 foi convidado para assumir a Cátedra de Química Médica na recém-inaugurada Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, onde lecionou até pouco antes do seu falecimento.
Nesta Faculdade de Medicina foi responsável pela Cadeira de Botânica no Curso de Farmácia, de existência efêmera.
Notável conhecedor de Botânica, correspondeu-se com outros luminares europeus desta Ciência, como o Dr. Taubert da Alemanha e Dr. H. Christ da Suíça, assim como alguns residentes no Brasil.
Fez estudos em numerosos habitat em Minas Gerais.
Fundou, juntamente com o irmão Alberto e os primos Carlos Tomás e Henrique Carlos, o Museu Magalhães Gomes, de História Natural, em Ouro Preto, que exibia coleções de animais, vegetais, minerais e curiosidades, como amostras de rochas e moedas. Este museu possuía, catalogadas e classificadas, quase dez mil espécies no Herbário.
O último volume de um total de 20 da Coletânea “Flora Brasiliensis”, de Martius com colaboração de Spix, contém a biografia do professor Francisco de Paula Magalhães Gomes e, nos volumes mais recentes da obra, há referências ao Herbário, assim como em um dos 106 volumes da obra “Das Pflanzenreich” de Engler e Prantl.
Grande cultor do humanismo conhecia bem a História, o Latim e Clássicos portugueses.
Colaborou com artigos nos jornais católicos “A União” do Rio de Janeiro e o “O Horizonte” de Belo Horizonte.
Deixou uma obra manuscrita, o “Tratado de Botânica”, que não chegou a ser publicada, por dificuldade na edição de livros técnicos, na época.
Faleceu em Belo Horizonte no dia 18 de julho de 1933.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida