David Corrêa Rabello
É o patrono da Cadeira 62.
David Corrêa Rabello, filho de Sebastião Rabelo e de Agostinha de Sá Corrêa Rabello, nasceu em Diamantina, na Província de Minas Gerais, em 30 de outubro de 1885.
Fez o curso primário com sua mãe, professora na cdade, e o curso secundário na Escola Norma de Diamantina. Em seguida, desloca-se para Belo Horizonte, onde, no Ginásio Mineiro, faz os exames preparatórios que o habilitavam a matricular-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
Cola grau em abril de 1909 e recebe o diploma de médico em 26 de novembro de 1910.
Exerce a profissão por aproximados dois anos em Diamantina, atendendo a operários da construção de um ramal de estrada de ferro.
Empreendeu viagem de estudos à Europa em 1912, permanecendo lá até 1914, tendo freqüentado serviços médicos importantes na França, em Paris e, na Alemanha, em Berck e Berlim.
No retorno, abre consultório em Belo Horizonte, onde realiza pequenas cirurgias e clínica.
Bem-sucedido profissionalmente, de atitudes corajosas, operou a si próprio de uma hérnia inguinal que o atormentava. Praticou outro ato cirúrgico audaz para a época, a primeira cirurgia realizada no Brasil de um caso de pseudo-hermafroditismo, em uma moça que, após a cirurgia, pode trocar o nome para o de uma pessoa do sexo masculino, e viver com tal.
Ingressou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte por concurso, apresentando a tese: “Uma anomalia na configuração interior de um cérebro humano”, sendo empossado em 20 de fevereiro de 1916 no cargo de Professor Substituto, para a Seção de Anatomia Descritiva e Topográfica.
Em 1918, apresenta as Teses: “Um caso de malformação genito-urinária tratado cirurgicamente” e “A intervenção cirúrgica na difteria”. Em 1919 é nomeado para a Clínica Cirúrgica e Clínica Pediátrica Cirúrgica.
Começa a exercer as atividades cirúrgicas em 1921, no Hospital São Vicente de Paulo, onde instala mesa e material cirúrgico que havia adquirido há mais de seis anos na Europa. Torna-se então o pioneiro da cirurgia ortopédica em Minas Gerais.
Era um inconformado com a miséria que parte da população exibia e com as injustiças sociais a que estavam sujeitos os trabalhadores.
Na política começa a militar na Aliança Nacional Libertadora, e sua participação ativa leva-o à prisão em 1935.
Pertencia aquele grupo de médicos que, no início do século, fizeram da medicina um sacerdócio, dedicando-se com profissionalismo, e muitas vezes gratuitamente, a minorar o sofrimento dos seus pacientes.
Em 1937 sofre um acidente vascular cerebral que determina a sua aposentadoria, e falece em 10 de fevereiro de 1939.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida