Nasceu Eduardo Borges Ribeiro da Costa, na cidade do Rio de Janeiro, em 05 de fevereiro de 1880. Era filho de José Borges Ribeiro da Costa e de Constança Jansen do Paço Borges da Costa.
Viveu sua meninice e parte da sua juventude na chácara da família, em Niterói, capital do Estado do Rio de Janeiro. Seus primeiros estudos foram ministrados por sua mãe na escola que mantinha na própria casa.
Em 1984 ingressa no Internato do Ginásio Nacional, atual Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, para realizar o curso secundário (humanidades).
Em 1889, matriculou-se na Faculdade de Medicina e Farmácia do Rio de Janeiro e diploma-se 1904. Durante a vida acadêmica foi Interno-Adjunto na Santa Casa de Misericórdia, e em 1903 foi auxiliar acadêmico de Higiene no Serviço de Profilaxia da Febre Amarela, na campanha dirigida por Oswaldo Cruz. Foi auxiliar-técnico em Manguinhos por dois anos.
Na Faculdade foi interno da Clínica Cirúrgica da 14ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia e interno-residente na Casa de Saúde Dr. Eiras.
Na vida acadêmica, ao lado da prática de esportes náuticos, como remador do Clube Gragotá de Regatas, dava aulas de catecismo, como Vicentino, aos detentos na Penitenciária de Niterói.
Sua tese de doutoramento, “Contribuição para o diagnóstico bacteriológico da difeteria”, defendida em 1905, teve a supervisão de Oswaldo Cruz.
Viajou à França, acompanhando um paciente do Dr. Eiras, e aproveitou o tempo na Europa, para freqüentar cursos de Urologia e Cirurgia Geral, durante quase dois anos, em Paris, Berlim e Viena.
Regressando, instala consultório na cidade do Rio de Janeiro, mas, devido ao pequeno movimento, opta, a conselho, ir para Belo Horizonte, aonde chega as pensões e os hotéis, e dorme sobre a mesa de bilhar do Grande hotel. No dia seguinte apresenta-se ao Provedor da Santa Casa, que o admite mediante remuneração. Recusa-a, pois quer trabalhar gratuitamente no Serviço de Cirugia.
Foi o pioneiro da cirurgia gástrica em Minas Gerais. Sucesso e mais sucesso, tanto cirúrgico quanto clínico. Em 1909, faz a primeira esplenectomia na cidade. Atendeu aos clientes dos arredores em seu tílburi, ou montado a cavalo.
Funda em 1911, com outros colegas, a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Em 1912, incumbe-se de ensinar a Disciplina de Anatomia Descritiva Humana para a primeira turma de alunos. Mais tarde, no 5º ano, assume a Cadeira de Clínica Cirúrgica da Faculdade.
Durante a 1ª Guerra Mundial em 1918, chefiou uma equipe de cirurgiões de Minas Gerais, na França, recebendo condecorações dos governos brasileiro e françês.
Foi eleito Diretor da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, em agosto de 1920, e reeleito em dezembro de 1926.
Criou em 05 de dezembro de 1920 o Instituto do Radium, hoje Instituto Borges da Costa, considerado o pioneiro na luta contra câncer no Brasil.
No evento realizado em Estrasburgo, em 1923, para comemorar o centenário de Pasteur, fez parte da missão oficial enviada pelo Brasil à Exposição Internacional Científica.
Aproveitou a estada na Europa, prolongando-a para fazer cursos sobre enxertos, anatomia patológica e cirurgia geral.
Praticou a neurocirurgia, realizando craniectomias e laminectomias.
Recebeu o título de Irmão Benemérito da Santa Casa, em 1940, pelos 34 anos de serviços prestados ao hospital, e de Professor Emérito, na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais.
Em 1945, fundou com colegas a Sociedade de Ginecologia de Minas Gerais.
Foi membro de dez Sociedades Científicas Nacionais, dentre as quais, a Academia de Medicina Paulista e a Academia Nacional de Medicina. Cavaleiro da Legião de Honra, da França e Oficial da Ordem de São Leopoldo, da Bélgica; as condecorações nacionais são: Cruz de Guerra do Exército Brasileiro e Medalha da Vitória de 1918.
Faleceu no Rio de Janeiro em 06 de setembro de 1950.

Texto: Christobaldo Motta de Almeida