Adauto Botelho
É o patrono da Cadeira 43.
Nasceu Adauto Botelho no município de Leopoldina, em Minas Gerais, em 12 de maio de 1895, sendo filho de Francisco de Andrade Botelho e de Maria Nazareth Junqueira Botelho.
Viveu a infância no ambiente rural do município onde nasceu e fez o curso secundário no Ginásio de Barbacena.
Diplomou-se médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1916.
Durante o período de estudos acadêmicos, trabalhou no serviço de Clínica Pediátrica e no Laboratório de Análises da Cadeira de Psiquiatria da Faculdade onde estudou, então regida pelo Professor Henrique Roxo. Lecionou também na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Submetido a concurso, foi aprovado e nomeado Docente Livre da Cadeira de Clínica Psiquiátrica, em 1917, apresentando a tese: “Pressão do Líquor nas Doenças Mentais”.
No início da década de 30, juntamente com dois colegas elaborou os estatutos da Sociedade Brasileira de Radiologia e Eletrologia, com sede no Rio de Janeiro.
Exerceu, no Hospício Nacional de Alienados, o cargo de Diretor do Pavilhão de Observação e, em seguida, o de Diretor Geral.
Em 1938, assumiu a Direção da “Assistência aos Alienados” e criou o Centro Psiquiátrico de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.
Foi o primeiro Diretor do Serviço Nacional de Doenças Mentais criado em 1941, e ali permaneceu por quinze anos, podendo comprovar a sua capacidade de trabalho, seu excepcional tino administrativo e sua alta responsabilidade no trato com os interesses do Estado, do que resultou o desenvolvimento da assistência neuro-psiquiátrica em todo o Brasil.
Minas Gerais, em particular, muito deve ao Professor Adauto pela colaboração valiosíssima, refletida na ampliação e melhoria de vários setores ligados às questões da saúde mental.
Devido às preocupações com o grave problema da toxicomania, em 1921, uniu-se aos Professores Pedro Pernambuco Filho, Antônio Austregésilo e Ulisses Viana e fundaram o Sanatório Botafogo, do qual foi diretor.
A propósito deste tema, os Professores Adauto e Pedro publicaram o livro “Vícios Sociais Elegantes”, que teve enorme repercussão na sociedade e nos meios ligados à especialidade.
Portador de uma capacidade de trabalho incomum, fundou, com um grupo de colegas, a Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro.
Foi membro da Sociedade de Neurologia, Psiquiatria e Medicina Legal.
Atuou como Professor de Psiquiatria em cursos de Pós-graduação e foi Diretor do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil.
Por iniciativa do Professor Adauto, em 1954, foi inaugurado em Cariacica, no Espírito Santo, o Hospital Colônia que tem o seu nome.
Escreveu artigos nos Arquivos do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro e nos Arquivos do Serviço Nacional de Doenças Mentais, do qual foi editor.
Publicou inúmeros trabalhos referentes a Psiquiatria e Neurologia, em revistas médicas do Rio de Janeiro, entre os quais:
“Hemiatrofia facial progressiva”.
“Eteromania”.
“Estados mistos da Psicose Maníaco-Depressiva”.
“Centros Psíquicos Extra-Corticais e Pertubações Mentais”.
“Valor Semiológico do Líquido Céfalo-raquiano”.
“Ensino e evolução da Psiquiatria”.
“A Epilepsia e seus Distúrbios Mentais”.
“Os males da Emoção”.
Foi membro titular da Academia Nacional de Medicina.
Faleceu no Rio de Janeiro em 04 de fevereiro de 1963.
Texto: Christobaldo Motta de Almeida