João Mello Teixeira
É o patrono da Cadeira 12.
Nasceu João Mello Teixeira no Rio de Janeiro, em 1891, vindo a falecer em três de janeiro de 1965, na mesma cidade.
Diplomou-se médico, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1915. Exerceu a profissão em Cláudio, em Minas Gerais, por curto período. Transferiu-se para Belo Horizonte em 1917, e, no ano seguinte, foi Assistente do Professor Alfredo Balena na 1ª Cadeira de Clínica Médica.
Ainda em 1918, foi nomeado Chefe do Posto de Profilaxia Rural de Belo Horizonte, condição em que teve a oportunidade de registrar a existência do “Schistosoma Mansoni”, em oito casos, sendo esta a primeira documentação oficial da parasitose, constante do Relatório de 1919, feito pelo Diretor de Higiene, Dr. Samuel Libânio, ao Secretário do Interior.
Foi o primeiro colocado no concurso para Professor Substituto de Clínica Pediátrica e Higiene Infantil, com a Tese “A Schistosomose Mansônica na Infância em Belo Horizonte”. Esta tese revela sua grande preocupação como assunto. Concorreu com outro especialista de mérito, diplomado pela Universidade de Berlim, o que valorizou a sua vitória.
Tomou posse no cargo de Professor Substituto em 10 de março de 1920, e, como Catedrático, em 31 de março.
No recém-inaugurado Hospital São Vicente de Paulo, proferiu a aula inaugural do Curso, com título “A Pediatria na Medicina”. Nessa aula, explanou sobre as bases da Pediatria como especialidade médica, demolindo o conceito que reduzia a criança a “uma miniatura do adulto”, pois deveria ela ser considerada, em nova formulação, como “um ser vivo à parte, com atributos peculiares, dotado de caracteres que lhe são próprios e inconfundíveis”.
Começa com essa aula a escola Pediátrica Mineira e, nela, a Puericultura adquire foros de ciência. Médicos e clientes passam a entender que pediatria cuida de crianças, e que somente ele deve cuidar delas.
Proferiu a aula inaugural da Faculdade em 18 de abril de 1927, no mesmo ano em que foi o Paraninfo da turma de formandos entre os quais se destacavam Juscelino Kubitscheck de Oliveira, Pedro Nava, Pedro Sales e Odilon Behrens, o orador da turma.
Em 1939, exerceu o cargo de Diretor do Hospital São Vicente de Paula.
Durante 27 anos consecutivos, exerceu o magistério, tendo regido interinamente as Cadeiras de Crenologia, em 1933, e de Farmacologia, de 1938 a 1942.
Tomou parte ativa na vida da Faculdade, como vice-diretor do Professor Alfredo Balena, no triênio de 1943 a 1945.
Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1947, onde assumiu o cargo de Diretor do Instituto Fernandes Filgueiras, permanecendo na função até 1953.
Aposentou-se, em 1948, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais (UMG) e recebeu o título de Professor Emérito, o primeiro concedido pelo Conselho Universitário da UMG.
Entre várias atividades que exerceu, foi Presidente da Associação Médico-Cirúrgica, sendo reeleito por várias vezes, além de ocupar o cargo de Diretor médico da Escola Maternal Melo Viana e de chefiar o Departamento de Higiene Infantil no Governo Antônio Carlos.
Foi presidente do Automóvel Club, o qual ajudou a fundar, e de outras entidades, como Rotary Club e a Sociedade Pestalozzi, onde prestou serviços com grande entusiasmo.
Era uma das mais inteligentes figuras do seu tempo, com primoroso dom de oratória, sempre levando a melhor nas polêmicas; foi orador em várias solenidades, além de paraninfo e examinador em concursos.
É também o Patrono da Cadeira de nº. 11 da Academia Mineira de Pediatria.